sábado, 19 de dezembro de 2015

SERÁ QUE PLATÃO TINHA RAZÃO? (releitura)

No dia 8 de dezembro de 2011, publiquei neste blog, o texto “Será que Platão tinha razão?”. Passados quatro anos, e o seu conteúdo continua atual. Resolvi publicá-lo novamente, para que possamos continuar refletindo sobre o tema.
“Não deverão gerar filhos quem não quer dar-se ao trabalho de criá-los e educá-los”.             Pensamento atribuído a Platão.
Essa observação nos permite uma séria reflexão sobre a importância da família no processo de formação de cidadãos capazes de respeitar valores de grande importância para a sobrevivência, não só da espécie humana, mas de toda a natureza. Existe um “ditado” popular que diz: “faça o que eu falo, mas não faça o que faço”. Uma forma simplória de não termos responsabilidade sobre pequenos atos, aparentemente sem importância. Jogar lixo em lugares inadequados, não lavar as mãos após usar o banheiro, não agradecer a quem lhe presta um serviço ou cumprimentar educadamente pessoas, independentemente de sua condição social. São atitudes que se aprende vendo acontecer no dia-a-dia familiar.
Como levar os filhos a uma alimentação saudável, se na casa se privilegia o oposto? Essa e outras situações são aprendidas no ambiente familiar. Lamentavelmente, não há como negar esse fato.
Outra questão que vale uma reflexão envolve a confusão que existe entre amor e protecionismo. Pequenos delitos perdoados, em nome do “amor”, transformam-se em crimes; entre eles os preconceitos: raciais, sexuais e sociais.
Jovens que desacatam a lei e a ordem, exibindo os nomes de seus pais. Nesse item, dirigir o carro do “papai” em alta velocidade, tendo ingerido bebida alcoólica é um dos mais comuns. É vergonhoso vermos pais e mães, justificando assassinatos de seus pupilos, como sendo uma simples atitude infantil. Queimar índios, atacar e humilhar pessoas, depredar o patrimônio alheio ou público, invadir privacidades através da internet e falsificar anotações escolares, recebem o perdão familiar, que encara essas atitudes como sendo comuns na infância e juventude.
Passar valores como solidariedade, ética, respeito, fraternidade, justiça depende das famílias. A educação informal e diária é feita fora da escola, nas casas, nos lares. Cabe às Unidades de Ensino e aos profissionais da educação, reforçar essas questões, complementando-as através de informações teóricas e práticas usando seus conteúdos programáticos.
O processo educativo encontra barreiras quase intransponíveis, quando tenta passar aos alunos exemplos cuja vivência familiar é o oposto da moral e da ética estabelecidas como um padrão mundial.
É assustador vermos nossos políticos passar para seus filhos e até netos, “podres” exemplos. Infelizmente a nossa democracia ainda levará muitos anos para se livrar dos maus hábitos que, passam de geração para geração. Algumas famílias de político são terríveis exemplos para o povo.
Das classes trabalhadoras até as mais “nobres” e financeiramente bem “abastecidas” os delitos se repetem. Famílias precisam ter padrões morais e éticos que independem da classe social na qual estão inseridas. Delitos, roubos, crimes, desrespeitos e abusos tomam proporções assustadoras quando cometidos com a aquiescência do grupo familiar.
                                                                                                   
Nosso planeta corre um sério risco, enquanto se gerar filhos sem a verdadeira noção do que seja respeito. Depende de todos nós mudarmos o caminho dessa história!
Será que Platão tinha razão?
Edison Borba

Um comentário:

  1. Concordo plenamente com o pensamento de Platão.
    Creio que é no lar que são passados os ensinamentos éticos e morais que nortearão o futuro dos indivíduos.
    Cabe à escola passar os ensinamentos acadêmicos.
    Eunice (CAM )

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