Na década de 50, as composições para o
carnaval traziam em suas letras, malícias e protestos. É dessa década uma
marchinha que tinha a seguinte letra: “
... Rio de Janeiro, cidade que me seduz, de dia falta água e de noite falta luz”
...
Após mais de sessenta anos da população
da cidade e do estado do Rio de Janeiro, ter cantado essa marchinha
carnavalesca, os problemas continuam.
O verão deste ano está com temperaturas que
ultrapassam os 39 graus, com sensação térmica bem acima dos 45 graus. Mergulhados
nessa forte massa de calor, os problemas cantados nos anos cinquenta, voltaram
a ocorrer: falta água e luz em diversos
bairros e municípios. O Rio de Janeiro está fervendo!
Denúncias, protestos e passeatas estão
acontecendo diariamente. A população reclama das dificuldades para sobreviver
nesse calvário de calor sem as condições básicas para viver – água e luz. Os
péssimos serviços prestados aos usuários não foram alteradas em todo esse
tempo, nem as mazelas sociais, apenas as aparências mudaram, mas a essência é a
mesma. O sofrimento é o mesmo. Os desmandos são os mesmos.
Neste momento, a situação atinge as
zonas norte, sul e oeste, ou seja, houve uma democratização dos problemas que
atinge a todas as classes sociais.
Acredito que as marchinhas dos carnavais
dos anos cinquenta, faria grande sucesso neste ano, infelizmente a famosa
Emilinha Borba, já não poderá cantar “Tomara que Chova”.
Tomara que chova,
Três dias sem parar
Três dias sem parar
A minha grande mágoa
É lá em casa não ter água
E eu preciso me lavar
É lá em casa não ter água
E eu preciso me lavar
De promessa eu ando
cheia
Quando conto a minha vida ninguém quer acreditar
Trabalho não me cansa
O que me cansa é pensar
Que lá em casa não tem água nem pra cozinhar
Quando conto a minha vida ninguém quer acreditar
Trabalho não me cansa
O que me cansa é pensar
Que lá em casa não tem água nem pra cozinhar
É difícil
acreditarmos que esta letra foi escrita há tantos anos e continua atual.
Edison
Borba
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