terça-feira, 14 de janeiro de 2014

JUVENTUDE TRANSVIADA

         Os telejornais de hoje, 14 de janeiro de 2014, apresentaram como manchete o crescente número de adolescentes envolvidos com diversas modalidades criminais: assassinatos, furtos, roubos, sequestros, latrocínios e drogas (uso e tráfico). Já perdemos a conta do número de vezes que a imprensa abordou esse assunto, que especialistas analisaram o fato e que políticos apresentaram propostas para conter essa epidemia. Porém, quase nada foi conseguido. O fenômeno que era comum nas grandes metrópoles, agora já está disseminado por todo o país. Grandes e pequenas cidades sofrem do mesmo mal.
Entre os anos cinquenta e sessenta, James Dean explodia nas telas dos cinemas como o jovem  que lutava contra o mundo, sem uma causa concreta. Jovens que se identificaram com ele passaram a fazer parte dos “rebeldes sem causa” e formaram a “juventude transviada”. O termo caiu em desuso e o que temos hoje, é algo além dessa juventude James Dean. As drogas associadas a outros graves problemas sociais vem estão sendo responsáveis por uma nova juventude rebelde.
Buscando explicações no campo da biopsicologia, as causas da rebeldia, em parte se justificam pelas grandes mudanças hormonais com interelações psicológicas, que transformam os jovens adolescentes em eternos insatisfeitos. Tomando essa questão como base, podemos entender a problemática da adolescência. Porém, se acrescentarmos a essa situação questões sociais e educacionais, estaremos diante de barris de pólvora, prontos para explodir.
Há anos o Brasil descuidou da educação da sua população, da mesma forma que “ossos fortes” se formam na infância, cidadãos de bem, éticos e conscientes de seus deveres e direitos, também se formam nos  primeiros anos de vida.
Provavelmente, as explicações para a onda de criminalidade, que; envolve a juventude brasileira, está apoiada neste pilar. Educação inadequada, famílias desestruturadas, massificação do consumo, descaracterização de valores sociais e morais, aliado a outras questões que envolvem a sociedade. Estamos assistindo um grande número de casulos, transformando-se em insetos que voam desordenadamente em torno da luz social.
Jovens que matam, roubam, sequestram entre outros delitos são entrevistados e conversam sobre seus “feitos” diante das câmeras televisivas, sem nenhuma noção de respeito pela vida e valores humanos. Falam como heróis. Esse tipo de jornalismo precisa ser repensado. Também temos que repensar e modificar as condições sociais e educacionais do país, enquanto não tratarmos com o devido respeito o processo educativo a tendência é termos o aumento das estatísticas dos crimes cometidos por adolescentes.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) precisa de revisões imediatas não só no texto,  mas também nas ações. Mudar legislação, diminuir a maioridade criminal, só trarão benefícios se acompanhadas de outras atitudes políticas e sociais. Enquanto não houver seriedade dos governantes a situação só deverá se agravar.
As propagandas políticas, que estão sendo exibidas são vergonhosas, candidatos falam de educação e saúde como bala de açúcar para adoçar a boca dos eleitores. Não há consistência nos discursos. Sabemos que uma vez eleitos, continuaremos a conviver com uma juventude que está a cada dia, mais rebelde e transviada.
Edison Borba

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