Os
telejornais de hoje, 14 de janeiro de 2014, apresentaram como manchete o
crescente número de adolescentes envolvidos com diversas modalidades criminais:
assassinatos, furtos, roubos, sequestros, latrocínios e drogas (uso e tráfico).
Já perdemos a conta do número de vezes que a imprensa abordou esse assunto, que
especialistas analisaram o fato e que políticos apresentaram propostas para
conter essa epidemia. Porém, quase nada foi conseguido. O fenômeno que era
comum nas grandes metrópoles, agora já está disseminado por todo o país.
Grandes e pequenas cidades sofrem do mesmo mal.
Entre
os anos cinquenta e sessenta, James Dean explodia nas telas dos cinemas como o
jovem que lutava contra o mundo, sem uma
causa concreta. Jovens que se identificaram com ele passaram a fazer parte dos
“rebeldes sem causa” e formaram a “juventude transviada”. O termo caiu em
desuso e o que temos hoje, é algo além dessa juventude James Dean. As drogas
associadas a outros graves problemas sociais vem estão sendo responsáveis por
uma nova juventude rebelde.
Buscando
explicações no campo da biopsicologia, as causas da rebeldia, em parte se
justificam pelas grandes mudanças hormonais com interelações psicológicas, que
transformam os jovens adolescentes em eternos insatisfeitos. Tomando essa
questão como base, podemos entender a problemática da adolescência. Porém, se
acrescentarmos a essa situação questões sociais e educacionais, estaremos
diante de barris de pólvora, prontos para explodir.
Há
anos o Brasil descuidou da educação da sua população, da mesma forma que “ossos
fortes” se formam na infância, cidadãos de bem, éticos e conscientes de seus
deveres e direitos, também se formam nos primeiros anos de vida.
Provavelmente,
as explicações para a onda de criminalidade, que; envolve a juventude brasileira,
está apoiada neste pilar. Educação inadequada, famílias desestruturadas,
massificação do consumo, descaracterização de valores sociais e morais, aliado
a outras questões que envolvem a sociedade. Estamos assistindo um grande número
de casulos, transformando-se em insetos que voam desordenadamente em torno da
luz social.
Jovens
que matam, roubam, sequestram entre outros delitos são entrevistados e
conversam sobre seus “feitos” diante das câmeras televisivas, sem nenhuma noção
de respeito pela vida e valores humanos. Falam como heróis. Esse tipo de
jornalismo precisa ser repensado. Também temos que repensar e modificar as
condições sociais e educacionais do país, enquanto não tratarmos com o devido respeito
o processo educativo a tendência é termos o aumento das estatísticas dos crimes
cometidos por adolescentes.
O
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) precisa de revisões imediatas não só
no texto, mas também nas ações. Mudar
legislação, diminuir a maioridade criminal, só trarão benefícios se acompanhadas
de outras atitudes políticas e sociais. Enquanto não houver seriedade dos
governantes a situação só deverá se agravar.
As
propagandas políticas, que estão sendo exibidas são vergonhosas, candidatos
falam de educação e saúde como bala de açúcar para adoçar a boca dos eleitores.
Não há consistência nos discursos. Sabemos que uma vez eleitos, continuaremos a
conviver com uma juventude que está a cada dia, mais rebelde e transviada.
Edison
Borba
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