Ontem,
quinta-feira, dia 23 de janeiro de 2014, nasceu mais um bebê em circunstâncias
nada normais. Desta vez não foi bala
perdida, foi por falta de energia elétrica. A grávida e uma enfermeira ficaram
presas em um elevador do Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, Zona Oeste da
Cidade Maravilhosa.
Era madrugada,
faltou energia e o elevador onde elas estavam parou. Antes que o os geradores de
emergência pudessem funcionar, nasceu mais um brasileirinho, num espaço exíguo
e sob um forte calor. Agradecemos a enfermeira, heroína e guerreira, que soube
agir corretamente para ajudar outra brasileira também guerreira. As duas em circunstâncias
precárias souberam lutar pela vida. Atitude linda, a situação feia e vergonhosa para um país que
gasta bilhões e se apresenta como uma próspera economia.
A nova mamãe e o neném estão hospitalizados e a
vida continua. Outros bebês continuarão a nascer por esse “brasilzão”. Outros nascimentos acontecerão, nos mais
inusitados ambientes, e infelizmente, a gente se acostuma, mas não devia.
A gente se habitua, mas não devia.
A gente emudece, mas não devia.
A gente esquece, mas não devia.
A gente se acomoda, mas não devia.
São tantos os desmandos que a gente se defende. Temos
a nossa vida, a nossa família, os nossos compromissos e precisamos sobreviver.
Lamentamos mas não agimos, apenas pedimos mais uma vez: desculpas!
Querido brasileirinho desculpe seus irmãos
brasileiros por negarem a você o direito de nascer dignamente. Desculpe-nos,
por favor. Temos pressa, os compromissos nos chamam, talvez amanhã tenhamos que
nos desculpar novamente.
Bom dia!
Edison Borba
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