O novelão “Amor à Vida”, bem no estilo
mexicano, está chegando ao seu final. O núcleo do mal começa a sofrer as
consequências de suas ações e o núcleo do bem, inicia a sua corrida para o
altar e outras benesses de final de novela.
Apesar de um enredo complicado,
exageradamente dramático em algumas cenas e repleto de situações cômicas, este folhetim
se caracterizou por grupos interessantes. A maioria dos personagens masculinos composta por homens fracos, dominados por
mulheres fortes e no meio desta contenda, os gays, que a princípio foram caricaturados,
como quase sempre, estes personagens são apresentados ao público. Porém, com o desenrolar
da trama, este grupo manteve a audiência da história, dando novas nuances aos
sentimentos e amores, colocando a questão sexual num segundo plano. O autor da novela
trouxe um olhar sério, onde o amor, a traição e a organização familiar apresentaram
relevos bem construídos.
As mulheres poderosas se destacaram no mando
das relações, acompanhadas por “frágeis” companheiros, tão fracos que podemos
chamá-los “froxos”.
Neide, mãe da jovem autista, manda no marido
e no filho.
Os casais moderninhos, os que fizeram “troca
troca”, são as duas mulheres que comandam as ações, em todos os sentidos.
O personagem Cesar é o maior de todos,
apesar de ser um garanhão, suas mulheres o fizeram de bobo, podendo ser
considerado o maior de todos.
A enfermeira Perséfone, agora uma quase
ninfomaníaca, comanda a vida de mais dois.
O Thales da “fantasminha” é um assumido
paspalho nas mãos da impiedosa namorada.
Ainda podemos destacar o Atílio, o Denizard,
o Ignácio, o Carlito e o Bruno formando
uma grande lista que pode acrescida do Ninho, este último ganhando o prêmio “froxo”
chorão.
Entre todos esses projetos masculinos e
mulheres poderosas, o grupo gay cresceu durante a trama, se humanizou e tomou
conta do espetáculo.
A “novelona” quase mudou de título, passando
a ser “As aventuras de Félix e sua
parceira Marcia”, grande destaque para Elizabeth Savalla.
Nesta reta final, o contorno da história,
mudou; Paloma e Bruno, que deveriam conquistar o público, não conseguiram
empatia. Interpretações fracas que não convenceram. Um romance sem açúcar e sem
emoções. Uma situação inédita surgiu, o público acompanha um triângulo amoroso
masculino. Portanto, cabe aos escritores do folhetim, conseguirem um final
feliz, com o mais novo e romântico par.
Quem fica com quem e como será o desfecho?
Haverá o tão esperado beijo?
Esperamos que haja um final que premie os
atores pelas interpretações.
Que o público também seja surpreendido por
um final feliz.
Será que a emissora terá coragem?
Vamos testar como estamos em relação aos preconceitos?
Os idosos, os obesos, os gays, os portadores
de necessidades especiais e muitos outros grupos aguardam uma resposta!
Edison Borba
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