Em
todo o mundo, crianças, jovens e até adultos, sonham em poder visitar o mundo
encantado, a terra da fantasia, onde as casas são de chocolate e as fadas
aparecem com suas varinhas mágicas para atender aos pedidos de todos. Duendes
fazem travessuras nos jardins e a alegria é sempre constante. Peter Pan, Branca
de Neve, Cinderela, Príncipes e Princesas, passeiam pelas ruas coloridas junto
com Rapunzel e Alice, sem dúvida é o
mundo das maravilhas.
O
tempo passou e outra cidade surgiu conhecida como Cracolândia, ela também é uma
terra da fantasia. Habitada por monstros, bruxas, ratos e insetos que se
misturam com os seus habitantes cambaleantes, desnutridos, maltrapilhos e
desnorteados, mergulhados num mundo de loucuras, caminham perdidos pelas ruas
onde o lixo se acumula. Entorpecidos pela fumaça mágica de cachimbos, essas
criaturas estão perdidas. Não possuem nome, dignidade, vontade própria, tudo o
que fazem é comandado pelo feitiço do brilho e do cheiro das ervas usadas para
alimentar seus delírios.
Em
êxtase, têm pequenos lapsos e visões, onde são reis, rainhas, fortes e
poderosos, porém numa fração de segundos o encantamento desaparece e o
habitante da terra maldita mergulha num estado de apatia.
Visitar
a Disneylândia ou viver na Cracolândia, são situações paradoxalmente semelhantes. As duas
cidades são mágicas, elas oferecem um mergulho na felicidade. Encontrar o
ratinho Michey ou conviver com ratazanas, encontrar príncipes e princesas e
sentir-se como tal são os atrativos que aguçam o desejo daqueles que sonham em
sair da rotina e ser feliz, nem que seja por um pequeno tempo. A diferença está
no tempo de validade do passaporte, numa das cidades o tempo de visita é
limitado, apenas alguns dias de felicidade e brincadeiras e logo tudo termina e
voltamos para o mundo real. Na outra o passaporte é só de ida. Não há como sair
e voltar para casa. O sonho inicial transforma-se em pesadelo e o turista
recebe um carimbo de viciado, sua ficha irá para o arquivo dos drogados. Sua sina
será vagar pelos becos e ruas e pagar um alto preço para manter seus “sonhos”.
Duas
cidades povoadas por seres humanos que buscam a felicidade.
Vivemos
na busca desse tal sentimento, que “dizem” ser um estado inexplicável. Onde encontrá-lo?
Talvez ele exista em nós mesmos e quando saímos para procurá-lo, ele se afasta,
se distancia como uma forma de fazer com que possamos perceber que a felicidade
está agora neste momento, dentro do coração de cada ser humano, é só dar
oportunidade para que ele se manifeste.
Edison
Borba
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