“Seu”
Itamar Santos tem 55 anos e mora em São Paulo. Serralheiro por profissão,
evangélico por religião. Domingo, cedinho ele lavou o seu fusquinha, colocou a
melhor roupa e se dirigiu “dirigindo” seu carrinho para mais um culto de louvor
a Deus. Cantos, orações, sermões e muita fé, completaram o dia desse
trabalhador brasileiro. Na volta para casa, gentilmente ofereceu carona para
amigos. Como todo fusquinha, o do Itamar, é igual coração de mãe: sempre cabe mais um. E lá
se foi o possante, com duas amigas, mais um amigo e completando a lotação uma
criança. Todo mundo, com o coração feliz, coversavam alegremente na volta para
seus lares.
Porém,
no caminho do carrinho, havia mais do que uma pedra, havia uma manifestação,
que infelizmente perdeu a condição democrática e tornou-se vandalismo. Pedras
atiradas contra vidraças, pancadaria, incêndio, sangue, gritos, agressões,
saques e tudo de pior que os seres humanos não podem deixar escapar de suas “entranhas”.
Cenas impossíveis de serem descritas.
O fusquinha
do Itamar tentou valentemente, ultrapassar a onda de violência, mas o fogo o
atingiu e o heroico carrinho perdeu-se meio às chamas. Felizmente, seu Itamar e
os amigos foram salvos.
Mais
um trabalhador que perde o pouco que tem, por uma atitude que não pode ser
considerada democrática. Um serralheiro, de 55 anos que trabalhou bastante para
comprar um pequeno e usado automóvel, viu seus sonhos arderem em chamas.
O
Brasil está andando sobre brasas, aos poucos o controle do país está sendo colocado
à prova, estamos inaugurando grandes
arenas para o futebol e gastando bilhões para as Olimpíadas e fechando os olhos
para uma realidade pouco feliz.
Fusca?
O que é isso?
“Seu”
Itamar? Quem é esse homem?
É melhor
deixar pra lá!
Edison Borba
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