terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O FUSQUINHA DO ITAMAR

        “Seu” Itamar Santos tem 55 anos e mora em São Paulo. Serralheiro por profissão, evangélico por religião. Domingo, cedinho ele lavou o seu fusquinha, colocou a melhor roupa e se dirigiu “dirigindo” seu carrinho para mais um culto de louvor a Deus. Cantos, orações, sermões e muita fé, completaram o dia desse trabalhador brasileiro. Na volta para casa, gentilmente ofereceu carona para amigos. Como todo fusquinha, o do Itamar, é  igual coração de mãe: sempre cabe mais um. E lá se foi o possante, com duas amigas, mais um amigo e completando a lotação uma criança. Todo mundo, com o coração feliz, coversavam alegremente na volta para seus lares.
Porém, no caminho do carrinho, havia mais do que uma pedra, havia uma manifestação, que infelizmente perdeu a condição democrática e tornou-se vandalismo. Pedras atiradas contra vidraças, pancadaria, incêndio, sangue, gritos, agressões, saques e tudo de pior que os seres humanos não podem deixar escapar de suas “entranhas”. Cenas impossíveis de serem descritas.
O fusquinha do Itamar tentou valentemente, ultrapassar a onda de violência, mas o fogo o atingiu e o heroico carrinho perdeu-se meio às chamas. Felizmente, seu Itamar e os amigos foram salvos.
Mais um trabalhador que perde o pouco que tem, por uma atitude que não pode ser considerada democrática. Um serralheiro, de 55 anos que trabalhou bastante para comprar um pequeno e usado automóvel, viu seus sonhos arderem em chamas.
O Brasil está andando sobre brasas, aos poucos o controle do país está sendo colocado à prova,  estamos inaugurando grandes arenas para o futebol e gastando bilhões para as Olimpíadas e fechando os olhos para uma realidade pouco feliz.
Fusca? O que é isso?
“Seu” Itamar? Quem é esse homem?
É melhor deixar pra lá!
 
Edison Borba

 

 

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