George
Gurdjieff, pensador russo, nos deixou este pensamento: “Você é o que se fizer
ser”. Uma pequena frase que nos permite um milhão de reflexões. Eu sou aquilo
que eu mesmo me faço ser, um enigma interessante que me transporta a outra
observação, feita pela cantora Whitney Houston, ao declarar a um jornalista em
uma de suas últimas entrevistas: “Eu sou a minha pior inimiga”. Na ocasião em
que deu este depoimento Whitney estava em recuperação pelo uso de drogas. Mais
tarde, ela voltaria a se drogar e infelizmente morrer. Perdeu a luta com ela mesma, se fez
drogada e morreu pelas próprias mãos.
Talvez
esse exemplo possa ser demasiadamente exagerado, mas o livre arbítrio nos
permite buscar caminhos para sermos algo ou alguém na sociedade. Apesar das
constantes interferências ambientais e sociais, o ser humano possui
discernimento que o permite saber distinguir o certo e o errado. Porém, a
natureza humana, possui diversas conexões
internas e externas, o que torna difícil,
algumas vezes, perceber o que está correto ou o que é melhor para aquele momento.
Em
alguns casos, “eu sou o que fizeram de mim”, com a minha conivência, que pode
ser passiva ou ativa. Às vezes nos deixamos levar sem nenhuma resistência. Assumimos
uma posição confortável e deixamos que as responsabilidades sejam do outro e
não a nossa. Outras vezes resistimos, porém nossa fraqueza nos impede de mudar
o curso da história. Tornamo-nos vítimas da nossa impossibilidade de alterar o
processo ao qual estamos conscientemente submetidos.
Seja
de que forma for nós sempre seremos responsáveis pelo que somos. Nossas vidas
estão em nossas mãos, porém muitas vezes nos deixamos de lado, e buscamos no
outro algo que pensamos irá nos complementar. Situações de inveja ou de
possessão surgem constantemente. No campo do amor, é quase uma constante. Um
sem números de observações como: “não sei viver sem você”; “você é meu
tesouro”; “você me complementa”; “você me pertence” entre tantas outras
insanidades, que transformam vidas em turbilhões de conflitos.
Somos
seres únicos na natureza, propostas genéticas individualizadas que jamais
encontrarão outra igual. Somos unidades, que se aproxima de “outras” para um
intercâmbio, para trocas e nada mais. Eu não posso ser eu mesmo, se espero
que outra pessoa me complete para eu ser
um todo.
“Eu
sou o que eu mesmo me fizer ser” e espero encontrar alguém com quem eu possa
estabelecer contatos e formar vínculos duradouros.
Enquanto
buscarmos fora do nosso peito elementos para a nossa complementação, estaremos
nadando contra a corrente. Precisamos saber conduzir nossas vidas buscando
ações que nos façam crescer como seres humanos. Cada dia é um novo dia cheio de
novas experiências que devemos saber usufruir, para que cada vez mais sejamos
nós, ou melhor, sejamos um “eu” repleto e completo capaz de poder se relacionar
com o mundo da melhor forma possível.
Edison
Borba
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