domingo, 12 de janeiro de 2014

“VOCÊ É O QUE SE FIZER SER”

        George Gurdjieff, pensador russo, nos deixou este pensamento: “Você é o que se fizer ser”. Uma pequena frase que nos permite um milhão de reflexões. Eu sou aquilo que eu mesmo me faço ser, um enigma interessante que me transporta a outra observação, feita pela cantora Whitney Houston, ao declarar a um jornalista em uma de suas últimas entrevistas: “Eu sou a minha pior inimiga”. Na ocasião em que deu este depoimento Whitney estava em recuperação pelo uso de drogas. Mais tarde, ela voltaria a se drogar e infelizmente  morrer. Perdeu a luta com ela mesma, se fez drogada e morreu pelas próprias mãos.
Talvez esse exemplo possa ser demasiadamente exagerado, mas o livre arbítrio nos permite buscar caminhos para sermos algo ou alguém na sociedade. Apesar das constantes interferências ambientais e sociais, o ser humano possui discernimento que o permite saber distinguir o certo e o errado. Porém, a natureza humana, possui diversas  conexões internas e externas,  o que torna difícil, algumas vezes, perceber o que está correto ou o que é melhor para  aquele momento.
Em alguns casos, “eu sou o que fizeram de mim”, com a minha conivência, que pode ser passiva ou ativa. Às vezes nos deixamos levar sem nenhuma resistência. Assumimos uma posição confortável e deixamos que as responsabilidades sejam do outro e não a nossa. Outras vezes resistimos, porém nossa fraqueza nos impede de mudar o curso da história. Tornamo-nos vítimas da nossa impossibilidade de alterar o processo ao qual estamos conscientemente submetidos.
Seja de que forma for nós sempre seremos responsáveis pelo que somos. Nossas vidas estão em nossas mãos, porém muitas vezes nos deixamos de lado, e buscamos no outro algo que pensamos irá nos complementar. Situações de inveja ou de possessão surgem constantemente. No campo do amor, é quase uma constante. Um sem números de observações como: “não sei viver sem você”; “você é meu tesouro”; “você me complementa”; “você me pertence” entre tantas outras insanidades, que transformam vidas em turbilhões de conflitos.
Somos seres únicos na natureza, propostas genéticas individualizadas que jamais encontrarão outra igual. Somos unidades, que se aproxima de “outras” para um intercâmbio, para trocas e nada mais. Eu não posso ser eu mesmo, se espero que  outra pessoa me complete para eu ser um todo.
“Eu sou o que eu mesmo me fizer ser” e espero encontrar alguém com quem eu possa estabelecer contatos e formar vínculos duradouros.
Enquanto buscarmos fora do nosso peito elementos para a nossa complementação, estaremos nadando contra a corrente. Precisamos saber conduzir nossas vidas buscando ações que nos façam crescer como seres humanos. Cada dia é um novo dia cheio de novas experiências que devemos saber usufruir, para que cada vez mais sejamos nós, ou melhor, sejamos um “eu” repleto e completo capaz de poder se relacionar com o mundo da melhor forma possível.
Edison Borba

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