Meu pai chama-se Oswaldo, porém ele era conhecido pela família como Vadinho. Usava bigode e o seu cabelo era escuro. Homem de estatura forte como se fazia necessário para trabalhar como vaqueiro. Aliás esta foi a sua primeira profissão: vaqueiro, sabia como montar num cavalo e galopar pelo campo controlando o gado. Devido à sua profissão, ele serviu ao exército brasileiro, na cavalaria e foi um dos “Dragões da Independência”, quando a capital do Brasil ainda era o Rio de Janeiro.
Além de vaqueiro, papai também era tripeiro. Uma profissão extinta dos grandes centros urbanos. Ele colocava sobre um cavalo, duas caixas de madeira, uma contendo carnes e a outra os “miúdos”, e saía pela vizinhança anunciando seus produtos. O tempo passou e ele, juntou dinheiro para comprar um açougue.
Comprou e o batizou com o nome de Açougue São Sebastião, situado no bairro de Inhaúma.
Tenho saudade do seu jeito calado, sua voz firme e das suas mãos fortes do trabalho duro que ele enfrentou durante toda a sua vida.
Num dos dedos da sua mão direita, um anel de ouro com a imagem de São Jorge. Sua figura sempre me impressionou. Sua seriedade com o trabalho, sua disposição para ajudar a quem quer que seja, e a tranquilidade mesmo diante de problemas sérios.
Ainda lembro de segurar a sua mão, num domingo, indo para o circo. Quanto orgulho eu senti de estar ao lado do meu pai.
Os anos se passaram, ele faleceu, mas o sua seriedade, honra e ética ainda estão em mim e nos meus irmãos. Homem de “pouca leitura”, mas que soube, junto com a sua mulher, minha mãe, formar cidadãos honestos e trabalhadores.
Obrigado Oswaldo Borba, saudade, seu filho Edison Borba.
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