quinta-feira, 18 de agosto de 2016

O SEGUNDO NASCIMENTO e o NINHO VAZIO

 
Quando nasce uma criança, o bebê chega para preencher um espaço familiar. A família prepara-se nove meses para a chegada de mais um componente do grupo. É preciso abrir um espaço para o pequeno ser e para tudo que vai fazer parte de sua vida: mamadeira, berço, carrinho, fraldas, brinquedos e muito muito mais.
Os anos passam a menina se transforma em mulher e o menino num homem, prontos para viver suas vidas, fazer suas escolhas e caminhar com seus próprios pés. Um bebê ao nascer vai para o colo dos pais, e é extremamente dependente, porém um adolescente “sai” do colo e o seu nascimento será para o mundo. Sua casa já não é mais refúgio, é preciso sair e buscar novos espaços. Acertar ou errar assumindo o seu papel de indivíduo na sociedade.
Essa transição pode criar inúmeros problemas se as famílias não estiverem preparadas para conviver com o segundo nascimento. Da mesma forma que escolheram os nomes, compraram sapatinhos e organizaram a casa para a chegada do bebê, é necessário, organizar o lar, para uma convivência entre adultos. Homens e mulheres ocuparão o mesmo espaço. Desejos, anseios, necessidades embrulhados em pacotes hormonais transformam os lares em campos minados. Até que todos consigam se reconhecer, as paixões explodem.
No despertar da adolescência está a necessidade de entendimentos entre pais e filhos. Criam-se incertezas de ambas as partes. Surgem necessidades de reformular e recriar verdades. Conceitos são abalados. A transformação da criança em um adulto é um novo nascimento, um renascimento. A qualidade dos vínculos afetivos, construídos até aquela data, sofrerá uma releitura.
 
É na solução dos conflitos, que acontece esse segundo parto, do qual nascerá um novo ser humano, que deverá seguir pelo mundo voando como um pássaro, deixando o ninho vazio.
Edison Borba

Nenhum comentário:

Postar um comentário