segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A MORTE PEDE CARONA

O número de acidentes nas estradas e ruas do Brasil aumenta constantemente, sendo  a maioria das vítimas  na faixa etária abaixo de vinte e cinco anos. Alta velocidade aliada à imprudência e ao excesso de bebida alcoólica são as causas mais frequentes.

O número de sequelados  representa um peso na economia do país. Jovens em fase da vida produtiva, fora do mercado de trabalho por uma noite de balada e uma boa dose de irresponsabilidade e à falta de educação. Muitas vítimas possuem curso médio completo, cursaram ou cursam universidade, logo a educação que lhes falta, não está contida nos livros, mas nas relações humanas.

Este sério problema que o país enfrenta tem sua raiz nos lares, nas casas e nas famílias. A falta de uma educação consciente, a falta de valorização da vida, a falta de controle e a vontade de agradar os filhos, fazendo valer uma questão antiga: “meu filho terá tudo o que eu não tive”, são algumas das principais vias para a morte.

Nos lares mais abastados, onde sobra dinheiro e falta amor, muitas vezes o mau exemplo é dado pelos próprios familiares.

“O que se ganha fácil, não recebe o devido valor”, é outra máxima popular que podemos aplicar nesta situação. Famílias cujo poder financeiro coloca-os acima do bem e do mal, o poder dos pais, suas contas bancárias fazem dos filhos verdadeiros monstros, ao presentear-lhes com máquinas mortíferas: os automóveis.

Há um sem número de histórias envolvendo jovens milionários que matam e continuam sorrindo sobre o cadáver, deixando claro que para eles e seus familiares o dinheiro compra tudo, incluindo a vida humana.

A Lei Seca e as diversas campanhas sobre a humanização nas estradas e ruas trouxe  melhorias no comportamento dos motoristas, porém ainda falta muito para que  os brasileiros apresentem mudanças em suas atitudes.

A questão maior, a raiz do problema, está no exemplo: criança aprende (também) por imitação e infelizmente o que muitas presenciam, são familiares desrespeitando as regras e as leis, como: não usando cinto de segurança, falando ao telefone enquanto conduz o veículo, desatenção ao volante, ultrapassando a sinalização entre outras infrações.

Este desrespeito é visto também entre os pedestres, quando pais, mães e babás atravessam as ruas e avenidas com  sinalização apontado vermelho,  livre para os veículos. A criança aprende a ser um pedestre que não respeita as leis e quando receber um carro de presente repetirá o que aprendeu,  portando uma arma, o carro.

A questão educacional tem que ser abrangente, não só para quem está sentado diante de um volante, mas também para os pedestres que muitas vezes por desatenção ajudam a provocar acidentes.

É lamentável, que a morte continue a receber carona, numa viagem sem volta!

Edison Borba

Nenhum comentário:

Postar um comentário