terça-feira, 23 de setembro de 2014

MAIS UMA FICHA PARA ABORTO


Nome: Elizângela Barbosa
Idade:  32 anos
Profissão: dona de casa
Estado civil: casada – mãe de três filhos
Residência: Niterói – R.J.
Fato: Insegura com a quarta gravidez,  jovem mulher casada, saiu de casa no dia 20 de setembro, levando a quantia de dois mil e oitocentos reais para pagar por uma “cirurgia” (??!!) de aborto.

Elizângela é mais uma vítima das várias brasileiras que morrem anualmente pela mesma causa: aborto clandestino, que configura a quinta causa de morte materna no Brasil.  Infelizmente, a maioria das mulheres que fazem parte desta lista, são pobres, que não possuem dinheiro suficiente para pagar boas clínicas e competentes médicos. No mundo dos famosos este tipo de morte não acontece, apesar de toda a sociedade saber que o aborto é uma prática comum entre eles.

Enquanto autoridades políticas, policiais, religiosas entre outros grupos discutem, o problema continua. Os casos mais drásticos ocupam as páginas dos jornais, como o de Elizângela e o de Jandira Magdalena, cujo corpo ainda não foi identificado, porém muitos outros ocorrem e a sociedade finge que desconhece.

Quando teremos leis que consigam resolver de alguma forma esta questão. Proibir ou não proibir são opções que minimizam um grande e grave problema que envolve o papel da mulher na sociedade brasileira. As cidadãs que procuram clínicas clandestinas para resolverem (??!!) um problema são mal informadas. Elas não possuem orientações de como poderão sobreviver neste país caso optem por manter a gravidez. Há uma hipocrisia nas decisões que muito nos assusta. Uma grávida quando coloca sua vida em risco tentando um aborto, está no mínimo sentindo-se completamente abandonada, sozinha e aterrorizada.

Edison Borba

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