De um lado, temos uma
branca de origem europeia com nome complexo. Nascida em família de classe
média, frequentou boas escolas e obteve educação privilegiada. Levada pelos impulsos
da juventude, aliou-se a guerrilheiros, lutou contra os militares e ficou
conhecida pelo enfrentamento com os donos da ditadura. Trilhou carreira
universitária, filiou-se a partido político, tornou-se forte fisicamente e
psicologicamente, apoiada por suas
história de luta pela democracia e por seus camaradas sindicalistas chegou ao
mais alto cargo do pais.
Do outro lado do ”ring”,
uma mulher parda, de origem totalmente brasileira, incluindo nome e sobrenome.
Nascida entre seringueiros em plena Amazônia, não teve muito tempo para
frequentar escolas, sua educação aconteceu pelos seus próprios esforços e na
vontade de se tornar uma cidadã reconhecida, conseguiu se alfabetizar aos
dezesseis anos pelo MOBRAL.
As duas, que
professam religiosidades diferentes, já
cruzaram os mesmos caminhos, ambas se encontraram na luta pelos trabalhadores,
chegando a manter amizade e interesses políticos comuns. Porém, divergências, pensamentos e de escolhas quanto ao destino do
Brasil, romperam a amizade e se tornaram oponentes quanto aos ideais políticos
partidários.
Nas voltas que o
mundo executa em torno do seu eixo e em torno do sol, quis o destino que por
uma força maior que comanda o universo, estas duas mulheres se encontrassem na
disputa pelo governo do maior país da América Latina.
Diferenças raciais,
sociais, ideológicas, partidárias, educacionais entre outras estão agora nas
mãos dos milhões de brasileiros. Roussseff
e da Silva estão lutando através
de suas propostas e diferenças. Líderes
apavorados correm de um lado para o outro em torno do “ring”. Está em
jogo lideranças, poder, dinheiro, empresas, ecologia, empregos, segurança,
educação, saúde e muitas outras questões de interesses nacionais e
internacionais. Uma das lutadoras, já está no centro do “ring” há quatro anos. Tem como seu treinador um
experiente líder, que abateu outros candidatos em duas lutas consecutivas. A
outra lutadora, a mais frágil fisicamente, está confiante na massa desiludida
que não está satisfeita com os quatro anos de exibição da lutadora, a mais
forte fisicamente. Sua atuação, dizem, sofre muita interferência do seu
treinador.
Edison Borba
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