quarta-feira, 10 de setembro de 2014

DUAS MULHERES NO “RING” DA DEMOCRACIA

De um lado, temos uma branca de origem europeia com nome complexo. Nascida em família de classe média, frequentou boas escolas e obteve educação privilegiada. Levada pelos impulsos da juventude, aliou-se a guerrilheiros, lutou contra os militares e ficou conhecida pelo enfrentamento com os donos da ditadura. Trilhou carreira universitária, filiou-se a partido político, tornou-se forte fisicamente e psicologicamente, apoiada  por suas história de luta pela democracia e por seus camaradas sindicalistas chegou ao mais alto cargo do pais.

Do outro lado do ”ring”, uma mulher parda, de origem totalmente brasileira, incluindo nome e sobrenome. Nascida entre seringueiros em plena Amazônia, não teve muito tempo para frequentar escolas, sua educação aconteceu pelos seus próprios esforços e na vontade de se tornar uma cidadã reconhecida, conseguiu se alfabetizar aos dezesseis anos pelo MOBRAL.
As duas, que professam religiosidades diferentes,  já cruzaram os mesmos caminhos, ambas se encontraram na luta pelos trabalhadores, chegando a manter amizade e interesses políticos comuns. Porém, divergências,  pensamentos e de escolhas quanto ao destino do Brasil, romperam a amizade e se tornaram oponentes quanto aos ideais políticos partidários.
Nas voltas que o mundo executa em torno do seu eixo e em torno do sol, quis o destino que por uma força maior que comanda o universo, estas duas mulheres se encontrassem na disputa pelo governo do maior país da América Latina.
Diferenças raciais, sociais, ideológicas, partidárias, educacionais entre outras estão agora nas mãos dos milhões de brasileiros. Roussseff  e  da Silva estão lutando através de suas propostas e diferenças. Líderes  apavorados correm de um lado para o outro em torno do “ring”. Está em jogo lideranças, poder, dinheiro, empresas, ecologia, empregos, segurança, educação, saúde e muitas outras questões de interesses nacionais e internacionais. Uma das lutadoras, já está no centro do “ring” há  quatro anos. Tem como seu treinador um experiente líder, que abateu outros candidatos em duas lutas consecutivas. A outra lutadora, a mais frágil fisicamente, está confiante na massa desiludida que não está satisfeita com os quatro anos de exibição da lutadora, a mais forte fisicamente. Sua atuação, dizem, sofre muita interferência do seu treinador.
Edison Borba

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