sábado, 18 de fevereiro de 2017

DÁ UMA DANÇADINHA AÍ!!!





Escrevi este texto em 2012, e agora às vésperas do carnaval, creio que o seu conteúdo é bem pertinente, portanto vamos nos divertir com o “DÁ UMA DANÇADINHA AÍ” modelo 2017. >>>>>>>

Meus respeitos e admiração aos profissionais da imprensa, principalmente os que trabalham para a televisão, que durante o carnaval são submetidos às mais variadas “saias justas”.

Tendo que entrevistar o “intrevistável” e preencher um tempo interminável, esses bravos se tornam alvos fáceis das mais pitorescas perguntas, observações e respostas.

Sendo tudo ao vivo e a cores, o inusitado é sempre uma grande possibilidade.

Horas e horas no ar, tentando preencher um espaço com entrevistas vazias, com o vazio da maioria das cabeças dos entrevistados, é preciso ter muita paciência para segurar esse pepino.

Num curto período de tempo são obrigados a entrar em contato com temas de escolas de samba, complicadíssimos cujos autores conseguem descobrir fatos históricos que nem os mais renomados historiadores haviam conseguido desvendar. Como tão bem descreveu Sérgio Porto no “Samba do Crioulo Doido” (atualizado para: Samba de um Afro Descendente com Distúrbios Comportamentais).

São “Cleópatras” que estiveram no Brasil. Corte francesa que dançou frevo. O grito do Ipiranga às margens do lago Paranoá. O encontro de Tiradentes com a Rainha Louca.  E outros acontecimentos históricos que obrigam a esses trabalhadores  tentar entender e divulgar para o público, o inenarrável.

Foliões que não passariam no teste do bafômetro; deslumbradas que tentam descrever   um mínimo tapa sexo com estrelinhas nos mamilos,  penacho,  colares e pulseiras  como uma belíssima e caríssima fantasia com o pomposo nome de Esplendores dos Mares de Espanha.

Passistas suados; rainhas de bateria cuja letra do samba de SUA ESCOLA DO CORAÇÃO,  mal sabem o refrão; artistas “apaixonados” (??!!) pelas cores da bandeira (???) da Escola preferida; sambistas atletas  (seres mais que humanos que desfilam em quase todas as agremiações) e os famosos. Sim! Os famosos! Um perigo para os mais experientes jornalistas. Pessoas sensíveis, de parcerias mutáveis, que poderá causar complicações na hora de saber quem é de quem. São entrevistas que devem ser feitas com cuidado para não ferir os egos.

Tem o povão; os que estão nas ruas buscando  seus quinze minutos de fama. Os desconhecidos, que aproveitam para mandar beijos para toda a família e comunidade. Pais e mães com seus “filhotes” fantasiados; os que carnavalizam animais e os trazem como “filhos” para uma possível aparição nas telinhas.

Tudo isso, regado a tradicionais e conhecidas perguntas: - Como você consegue manter esse corpinho lindo? – Quanto custou a sua fantasia? – E o coração? - Muita emoção? – Há quantos anos você desfila? – Qual a sua Escola preferida?

Para nós, os telespectadores, nos resta assistir a tudo isso ou é então buscar  outra opção nas rádios, nos cinemas, retiros, passeios, alugar filmes ou simplesmente meditar.

Quando a curiosidade for grande e incontrolável, e você sentir vontade de ver o que está acontecendo no reinado de Momo, ligue seu aparelho de televisão e veja nossos irmãos jornalistas, fazendo esse conhecido pedido:

                     “dá uma dançadinha aí!”

Edison Borba

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