sábado, 11 de janeiro de 2020

CAVIAR COM CHAMPANHE

(por) Edison Borba


Uma estranha imagem se formou em minha cabeça, quando vi na tela da televisão uma sessão da Câmara dos Deputados no Planalto Central. Centenas de homens e mulheres, gritando coisas desconexas, dando-nos a impressão de uma grande feira livre. Uma desordem organizada, onde cada um dos participantes sabe exatamente o que fazer, para não deixar acontecer.
Confesso que fui tomado por um medo semelhante aos dos moradores das cidades que eram invadidas pelo bando do Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Armados com celulares, microfones e computadores, o "bando" consegue se manter unido, simulando discórdia, para que a população de eleitores imagine o quanto eles estão lutando pelo bem da comunidade brasileira. 
À medida que essa imagem tomou conta de mim, pude sentir o mesmo medo das famílias que ficavam frete à frente com Lampião. Absolutamente impedidos de qualquer reação. A força do bando está na união que há entre eles, que usam escudos chamados partidos para que os trabalhadores imaginem que eles estão repartidos, quando na realidade estão mais unidos que os cangaceiros seguidores de Virgulino.
Posso ter exagerado um pouco na comparação, porém a minha visão não é totalmente irreal. Pensemos nas sessões de nossos políticos e veremos que a semelhança existe. Portanto, tenhamos cuidado quando formos "conversar" sobre questões referentes à política, enquanto nós o "povão" nos degladiamos por eles, perdemos amigos e até adoecemos eles (ou quase todos eles) saboreiam caviar com champanhe francesa, enquanto nós ...

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