quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

DESAGREGAR


(por) Edison Borba



Existem palavras, cujo significado, dependendo de onde e como ela é empregada, pode ter conotações boas, tristes ou até trágicas. Um bom exemplo é o verbo desagregar.
Quando ele aparece no dicionário policial  tem efeito associado ao gás de pimenta, que é lançado sobre manifestantes, para desagregar um grupo, separar os que estão protestando. Nos laboratório de anatomia, os médicos desmembram o corpo de um morto, desagregando todas as suas partes para que se possa entender o funcionamento do organismo. Nos casos citados, desagregar associa-se a situações de estudo, experiência e manutenção do equilíbrio social. Portanto, desagregar fez-se necessário.
Porém, quando a desagregação acontece entre pessoas, provocando a desunião, a separação e a dissociação, o verbo só pode ser conjugado no tempo da tristeza, no presente, que anula um passado de amizade e despreza o que poderia ser um belo futuro.
Como é triste vermos uma família se desagregando, se desfazendo e seus componentes se espalhando pelo mundo numa total dissociação de amor. O mesmo pode acontecer entre amigos. Amizades que se fragmentam separando pessoas, que dividiram bons momentos, deram boas risadas e até choraram juntos, mas, que movidos por algum incidente, se desconectaram dissolvendo todo um tempo de amizade.
Desunir o que estava agregado pelo carinho, decompor uma relação de afeto arrancando do coração o que havia de belo, é terrivelmente triste. Ninguém deveria se separar ou ser separado de quem ama, sejam amantes ou amigos. É como arrancar uma parte do corpo!
Cuidemos para que não sejamos levados a dissolver uma relação, desagregando amigos, se dissociam para nunca mais se unirem!
Cuidado, por favor cuidado!


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