terça-feira, 24 de novembro de 2015

JANELA SOLIDÃO

Abro a minha janela e vejo ...
O que vejo da minha janela?
Simplesmente nada vejo ...

Abro a minha janela,  em frente a ela existe um paredão
Concreto? Sim, concreto, de concreto!
Cinza? Sim, absolutamente cinza!
Abro minha janela e a luz do sol não entra por ela

Sombras? Sim, sobras de sombras que escurecem a minha vida.
Então vives no escuro? Sim, na escuridão da minha janela aberta
Abro a janela e vejo como paisagem, uma miragem
Abro a janela e penso estar vendo uma linda praia

Às vezes vejo florestas e ouço pássaros cantando
Da minha janela, eu nem vejo outras janelas
O paredão! Ah! O paredão! Enorme construção!
Nem sei mais, porque abro a minha janela
Talvez seja por costume, talvez seja opção,

Talvez seja a vontade de sair da escuridão
Já nem sei para que serve uma janela!
Dizem que serve para ver ...
Ver, a paisagem!
Minha paisagem? Eu a tenho dentro de minha cabeça
Preciso vê-la antes que enlouqueça

Quero uma andorinha, voando pelo espaço
Livre, sem nenhum laço ...

Quero uma plantinha, pequeninha, verdinha
Mas que possa ser minha, crescendo frente meus olhos
Diante da minha janela aberta para o finito infinito de um paredão
Fico debruçado, na minha janela, tentando ver através dela

O que existe além da minha solidão!
Edison Borba

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário