quarta-feira, 25 de novembro de 2015

LAMENTO DE TRABALHADOR

Céu vermelho é bonito de ser ver, anuncia a chuva no sertão
É a volta do verde, que beleza, se esparramando lindo pelo chão
Chão vermelho pode ser, a cor do barro da colina
Também é terra meu senhor, sítio de trabalhador
A transparência da água é de Deus, que a fez assim tão cristalina
É alegria da vida, faz brotar semente em árvore, um milagre, uma benção do Senhor!
Deus, meu Deus por favor, me proteja, da vermelha lama vermelha,
                                                                   que a mim só causou dor
Como lava de vulcão ela matou, toda a minha  plantação
Levou meu lar e meu amor, tirou de mim o meu cão
Num segundo, acabou, da  minha mulher as carícias
que um dia, tanto amei
Meu cachorro, cão trigueiro, me seguia pela vida, pastoreando meu gado
Se foi, pela lama levado, uivando pedindo socorro,
Minha mulher nem chorou, a lama a sufocou
Fiquei sozinho, nada tenho, a lama vermelha  levou
Sou caminhante sem rumo, sem meu lar, sem saber pra onde ir,
Perdi o que mais amava, minha mulher e meu cão
Os “home” lá da cidade, tão falando em “consertá”
Será que eles são Deus pra de novo “replantá” as árvores verdinhas
                                                                                e o rio “botá” no antigo “lugá”?
Será que eles, farão meu amor  voltar pra mim, e o meu valente cãozinho
                                          de novo voltar a latir, lamber minhas mãos
                                                 cansadas do trabalho na enxada?
Meu Deus! Consola meu coração, não quero ter raiva não!
Os “home” são estudado, sabem ler mais do que eu,
Sou apenas um coitado que agora vive isolado, sem do meu amor, os afagos
                                 e do meu cão o carinho, de amigo verdadeiro.
Na lama vermelha eu caminho, carregando grande saudade,
vou seguindo a minha vida,
Sozinho  lamentando, pela minha triste sina, com a mágoa doendo
                                                                                no peito
                                                                     a triste dor da despedida!                     
Edison Borba          

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