terça-feira, 3 de novembro de 2015

O SACI E O HALLOWEEN

Ontem encontrei-me com o saci, que estava acompanhado da mula sem cabeça e de algumas sereias. Eles estavam aguardando a chegada do caipora, que viria com o negrinho do Pastoreio e com o curupira.
Enquanto esperávamos pela chegada dos amigos, perguntei ao saci o que ele estava fazendo na rua àquela hora da noite, junto com dona mula sem cabeça e as vaidosas sereias, além de estarem usando umas roupas estranhas.
Ele, alegremente e pulando numa perna só, respondeu-me: “Vamos participar de uma festa de halloween!”
Eu, maldosamente perguntei: “Por que vocês não organizam uma festa, entre vocês e convidam crianças brasileiras para se divertirem?”
O amigo saci, deixando de lado seu cachimbo, deu muitas risadas e falou: “Será que as nossas crianças nos conhecem?”
Eu, envergonhado, baixei a cabeça e refletindo, pensei no quanto os personagens do nosso folclore estão esquecidos.
Realmente o Senhor Saci tinha razão, nossas crianças esqueceram da mula sem cabeça, do curupira, do negrinho do Pastoreio, das sereias, do caipora e de muitos outros personagens que habitaram o nosso imaginário, no tempo em que havia o Sítio do Pica Pau Amarelo.
Nossas crianças esqueceram?
Talvez os adultos é que tenham deixado de contar as histórias brasileiras para as novas gerações, preferindo contar outras histórias de outros lugares.
Infelizmente, até as histórias vindas de outras Terras são narradas de forma errada, sem nenhuma conotação com o passado e as origens do povo de onde elas surgiram.
Que confusão! Deixei escapar esta exclamação em voz alta, o que fez com que o grupo do Senhor Saci, iniciasse uma polêmica: Quem nos colocou no banco do esquecimento?
O sábio Senhor Saci, alegremente falou: pessoal, criança é criança aqui ou em qualquer parte do mundo, nós que vivemos no mundo da fantasia devemos nos unir, portanto, que venham as bruxas, os duendes, as fadas, os gnomos e se juntem ao negrinho do Pastoreio, curupira, mula sem cabeça, sereias, boi tatá e caipora.
Vamos inventar novas histórias. Vamos dar bons exemplos. Vamos estimular as crianças a sonharem e acreditarem em seus sonhos.
Edison Borba

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