terça-feira, 10 de novembro de 2015

OS MANDAMENTOS DAS NOVELAS

Os deuses da dramaturgia vez por outra espalham seus poderes sobre as telenovelas fazendo com que alguns personagens e até mesmo a obra como um todo, sejam marcados com o sinal de um anjo e se transformem num mito.

Quem matou Odete Roitman? Esta pergunta ainda permanece no imaginário popular, ocupando espaço junto com a doce mamãe Dolores.

As risadas de Porcina, a viúva daquele que “foi sem nunca ter sido”, ainda ecoam nos nossos ouvidos.

O Direito de Nascer, fez o Brasil chorar durante quase dois anos e o  Pantanal,  nos levou pelas belezas do pantanal brasileiro guiados por Juma Marruá.

Tiêta, fez os brasileiros se voltarem para a região do agreste, e muitos televisores ficavam ligados nas quentes areias nordestinas.

Essas explosões de audiência são espontâneas e muitas vezes, deixa surpreso até o autor da novela. Como explicar o sucesso dos Irmãos Coragem, Gabriela e da Escrava Isaura, que emocionou em duas versões, encenadas em épocas distantes e produzidas por emissoras de televisão diferentes.

Neste momento, uma história bíblica, supostamente conhecida do povo, através das pregações de padres e pastores, além de produções cinematográficas, Os Dez Mandamentos, está fazendo o Brasil se voltar para a saga de Moisés e de seu perseguidor o Faraó Ramsés.

Os telespectadores foram se envolvendo com uma história, que a princípio já teria o seu desfecho conhecido. Mesmo assim, cada capítulo foi enredando o povo que passou a descobrir humanidade nos homens e mulheres de um outro tempo.

O trio amoroso Nefertiri, Moisés e Ramsés encantou a todos não só pela beleza física dos atores, mas também pelo jogo afetivo que acontece entre eles.

Uma novela com situações semelhantes a de todas as novelas, mesmo sendo tematicamente bíblica. Mulheres malvadas, outras boas e sinceras, traições, boatos, beijos, amantes e a eterna luta entre o bem e o mal ou entre os bons e os maus.

Mais uma vez os deuses da teledramaturgia abençoaram uma novela: “Os dez Mandamentos”, que será lembrada por muitos e muitos anos. Alguns de seus personagens também marcaram a vida dos atores que os interpretaram. Eles ficarão no imaginário popular, assim como Nazaré Tedesco, que “possuiu” Renata Sorrah, em Senhora do Destino, Yunet nunca será esquecida, graças a sua “encarnação” na grande atriz Adriana Garambone.

Que as águas do mar vermelho se abram e deixem mais um grande sucesso da televisão brasileira seguir seu caminho, rumo a imortalidade.

Edison Borba

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