sábado, 28 de janeiro de 2012

COISAS DA VIDA

“A vida tem que ser vivida, sabendo viver”
“Terminou um ciclo! Uma fase acabada!  Que o novo venha! Como será não sei!”

Observações feitas por dois sobreviventes da tragédia do desabamento dos edifícios no centro da cidade do Rio de Janeiro.

O primeiro estava no edifício e milagrosamente salvou-se pulando para dentro do elevador, que despencou por vários andares. Após o susto, o rapaz conseguiu manter a calma e através de comunicações celulares, após algumas horas foi resgatado. Falou que durante a espera o filme de sua vida passou por sua cabeça. Lembrou dos filhos e da esposa. Rezou e acreditou que seria poupado. Homem simples e alegre. Operário, casado, vida simples. Casa, esposa e filhos. Típico operário brasileiro, que apesar de receber tão pouco pelo seu trabalho, consegue ser feliz. Sorriso franco, quando entrevistado pelos jornalistas, deve ter causado muita inveja. É um homem feliz, apesar de receber tão pouco pelo que vale como um cidadão trabalhador.

 A segunda observação veio de uma mulher que mantinha um curso num dos edifícios desabados. Perdeu todo o investimento de sua vida. Não sobrou nada. Por sorte ela não se encontrava no local no momento da catástrofe. Com coragem ( e que coragem), falou sobre o término de um ciclo de sua vida. Que partiria para a reconstrução de um novo caminho, que ela ainda não sabe qual será, mas que  não se deterá. Seguirá em frente, vai  se recuperar muito antes da reconstrução de novos prédios naquele local.

Dois exemplos de cidadãos que não se deixam abater, mesmo diante de grandes tragédias. Homens e mulheres que acreditam na força que possuem. Pessoas íntegras, éticas, trabalhadores. Exemplos a serem seguidos.

Mas uma catástrofe que se abate sobre o Rio de Janeiro. Muitas declarações, muitas explicações e após a “poeira baixar” e outra catástrofe acontecer, ninguém mais se lembrará dos que morreram, dos que perderam e ao perder, se perderam numa vida sofrida, mas que precisa ser vivida a cada dia.

Amanhã o dia amanhecerá aqui no Rio de Janeiro. O sol vai brilhar e todos irão se perguntar:

                                            - “Será que vai dar praia?”

 Edison Borba

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