quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

COLÉGIO BRASIL (férias interrompidas)

A Diretora Geral do Colégio Brasil, usando de lucidez e autoridade, convidou alguns de seus colaboradores a retornarem ao Colégio.
Apesar de todo o movimento da imprensa escrita, falada e televisionada informando sobre as enchentes em vários estados e cidades do território nacional, esses “mestres” tiveram que receber uma convocação para reassumirem suas cátedras e abandonarem o repouso. Uma atitude cuja “iniciativa” deveria ter sido inversa.
Provavelmente estavam em retiro espiritual, em pousadas e hotéis, locais em que a comunicação não chega. Estavam imersos no mundo da reflexão em águas mornas e não tomaram conhecimento que o povo se afogava nas águas das chuvas.
Revendo as atividades que deveriam ter sido desenvolvidas pelos integrantes desse famoso Colégio, verificou-se que diversas ações não foram devidamente realizadas. Infelizmente o Corpo Docente do C.B., não trabalha com a prevenção. Ainda existe a idéia de que remediar ainda é o melhor caminho. A famosa atitude do colocar o lixo sob o tapete.
Não se consegue conjugar verbos como: prevenir, fiscalizar, aplicar, distribuir e acompanhar. Continuam teimando e conjugando  o terrível verbo remediar.
Anualmente, a natureza cumpre vários ciclos. Chuvas, secas, estiagens, frio e calor tudo certinho conforme o calendário. Porém, a “preguiça” que envolve os profissionais do C.B., impede que eles planejem adequadamente.  
A nova Diretoria está tentando implantar uma nova proposta pedagógica. Mudar atitudes. Trabalhar com prevenção. Não esperar acontecer.
A Diretora Geral do C.B. contratou especialistas de fama internacional para capacitar seus “ministros” com aulas sobre prevenção e fiscalização.
Outra atitude da Diretoria foi distribuir a letra da música de Geraldo Vandré, “Prá não dizer que não falei das flores”, com atenção para o trecho onde se canta: ”quem sabe faz a hora não espera acontecer”. Todos deverão recitar esse verso duzentas vezes por dia.
Vamos aguardar, porém, como “gato escaldado tem medo de água fria”, compremos botes salva-vidas, capas de chuva e coloquemos alarmes, isto é, vamos nos prevenir para não termos que remediar.
Vai que os ministros não cumpram as ordens da Diretoria e saiam de férias.
Vai que eles continuem conjugando o verbo remediar.
Vai que eles não consigam fiscalizar e nem acompanhar a distribuição de verbas.
Vai que eles continuem  imunes as tragédias.
Vai que eles continuem brincando em serviço.
Vai que eles não tenham lido a música do Vandré.
Vai que ...

Edison Borba

3 comentários:

  1. é o país da Copa ...das Olimpiadas ....vc verá q tudo ficará lindo e funcionando perfeitamente só no período esperado ...depois tudo volta ao caos e deixando como legado muita gente rica ...é BRASIL !

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  2. Por mais dolorida que seja a interpretação desse texto, tenho que crer que ele um dia será um grande clássico da literatura nascional. A beleza das palavras não são capazes de ocultar a tristeza da realidade em que estamos escritos. Mas, tenho certeza meu caro amigo, que as gerações estão amadurecendo. Oa atuais alunos, serão daqui um tempo mestres e os seus educandos terão mais zêlo por sua pátria amada, ferida, machucada Brasil.

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  3. Já passou da hora do povo não apenas eleger os dirigentes do C.B. mas, mobilizarem-se para cobrar desses dirigentes um trabalho sério, de utilizar a bem do povo o dinheiro colhido através de impostos pagos por esse mesmo povo, para que tragédias como essas anunciadas todos os anos deixem de acontecer. Muda povo, para um Brasil melhor.

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