terça-feira, 10 de janeiro de 2012

SONS DE VIDA

O pulsar dos corações e o murmúrio dos ventos entre as folhas das árvores são os sons de vida. O barulho das águas das cachoeiras e os risos das crianças também são sons de vida.
Uma folha seca se desprendendo de um galho e o ruído de alguém pisando sobre elas representam sons e da existência da vida.
O choro de um bebê nascendo e até um estridente “atchim” de um espirro, são avisos da existência de vida. Os bebês quando chegam trazem  um aviso dos céus de que a vida se perpetuará através de sua existência.
A vida tem ruídos, barulhos, sons que podemos traduzir numa escala musical, como uma sinfonia, capaz de fazer inveja aos maiores compositores do mundo.
Os pingos de chuva sobre um telhado produz um ritmo alegre capaz de nos fazer  dançar. A chuva também é a garantia de que viver é maravilhoso, pois quando ela chega na quantidade certa e na hora certa os campos ficam verdes e haverá fartura de frutas e flores.
Um longo e profundo suspiro, aquele que vem do fundo da alma, e que pode ter mil significados, é sinal de que estamos vivos e saudosos de alguém.
Suspirar é diferente de respirar. O som da respiração de alguém dormindo é melodioso e ritmado. Quando se dorme tranqüilo o som do sono é agradável de ouvir, exceto o ronco. Esse assusta e preocupa.
O latir dos cães, o miado dos gatos, o canto dos galos completam a orquestra divina. Sons maravilhosos de um mundo animal. Pássaros e seus diversos cantares e piares. Nos enternecem  e enchem de amor o ambiente.
Alguém assobiando uma melodia qualquer, nos trás felicidade e alegria, é pura essência de uma “dolce vita”.
A vida tem sons peculiares como o das águas dos rios e o estrondo das ondas sobre os rochedos. Um oceano tranqüilo é assustador, um oceano agitado, é tranqüilizador. Águas silenciosas são mais perigosas do que as turbulentas.
O som dos trovões são ameaçadores, porque  nos lembram a força viva da natureza. Trovões, pingos de chuva, águas correndo e o vento agitando o ar, é presença  “viva” da vida. Eles nos fazem sentir o quanto somos pequenos diante da natureza.
Ruídos da noite são diferentes dos ruídos do dia. Mesmo de olhos fechados saberíamos se é dia ou noite apenas pelos sons. Na noite, são taciturnos os no dia são explosões de alegria. Lua e sol impregnando a Terra e influenciando sua sonoridade.
Pigarro e tosse são avisos  que a vida está em perigo.
O choro é a tristeza da vida, mas também pode ser a representação viva da felicidade.
Se pudéssemos anular todos os sons artificiais, como os produzidos pelas buzinas e sirenes de todos os outros aparelhos, ouviríamos os sons da vida. Tão suaves, tênues, imperceptíveis aos nossos ouvidos. Uma aranha tecendo sua teia. O vento passando através de uma fresta da porta, o chilrear de alguns pássaros. Folhas caindo e ao longe um riso. Coisas da vida. Sons de vida.
A cada dia fica mais difícil ouvir aqueles que são naturalmente produzidos pela natureza e por tudo que nela habita.
Os sons identificam  existências. O choro, o riso, a gargalhada, o suspiro, o cantar, o espirro, o ronronar dos gatos, o uivo dos cães, o zumbido das abelhas, o piar dos pássaros são afirmativas de que habitamos uma natureza maravilhosa.
Passamos anos e anos e não ouvimos a nossa voz. Ouvimos mas não escutamos. Escutamos mas não identificamos e quando identificamos não acreditamos.
Ah! Como é  bom deixar os sons da vida nos envolver. Deitar numa rede a beira mar. Ouvir o som das águas e o da brisa que nos acaricia a pele.
Nesse momento não precisamos dos  modernos aparelhos, basta ter bons ouvidos e se deixar acalentar pelos sons da vida.
Edison Borba

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