terça-feira, 3 de janeiro de 2012

ESTADO DAS ÁGUAS

Rio de Janeiro, um dos mais lindos estados do Brasil. Belas praias, litoral magnífico, cachoeiras, lagos e lagoas oferecem belos espelhos d’água, para nossas garotas admirar suas imagens. Rios, muitos rios de  águas limpas que abastecem os lares desse recanto brasileiro.
Rio de Janeiro de belos municípios. Cidades históricas onde podemos ler nosso passado nas fachadas dos casarios. Paraty, Vassouras, Varre e Sai, Itaperuna, Campos entre tantas outros  que nos encantam com suas antigas fazendas construídas através dos ciclos do café e da cana de açúcar. Lugares que guardam segredos de um passado glorioso.
Rio de Janeiro da região serrana onde Petrópolis, a cidade real, com palácio de cristal, catedral e museu, antiga residência da família real, se destaca imponente ao lado de Teresópolis, com  o Dedo de Deus apontado para o céu, como se indicando o caminho da paz.
Rio de Janeiro de Maricá, Araruama, Cabo Frio e Búzios. Região que apaixonou Brigite Bardot, a linda e sensual francesa, que agitou o mundo com sua beleza e ousadia.
Estado do Rio de Janeiro, onde se localiza a cidade do Rio de Janeiro, conhecida em todo mundo por grandes acontecimentos. Estrondoso réveillon, irreverente carnaval, ousados biquínis e uma geografia onde o Pão de Açúcar e o Corcovado, com a estátua do Cristo Redentor são de beleza impossível de descrever. Copacabana e Ipanema representam as águas salgadas do nosso mar azul.
Estado do Rio de Janeiro que a cada mês de janeiro, se afoga em águas de chuva. Há anos, que a população “fluminense” suporta a força das águas. Rios saem de seus leitos e invadindo ruas e casas, levando com força incontrolável sonhos, lares e famílias.
Tragédias anunciadas. Dramas esperados. Destruições avisadas. A natureza tem seu ciclo e o segue de forma rígida. O ciclo das águas é metodicamente mantido, portanto é possível cronometrar dia e hora em que as “águas vão rolar”.
Lamentavelmente, os que habitam esse belo estado, não conseguem seguir esse ciclo natural. O nosso dia-a-dia não inclui a chegada das chuvas e  todos os anos, as tragédias se repetem. Como se estivéssemos reproduzindo através de cópias, afogamentos, desabamentos, desalojados, desabrigados, estradas interditadas e comunidades devastadas.
Até quando estaremos revivendo esse drama?
Coleta inadequada de lixo e falta de saneamento, limpeza dos rios insuficiente, desmatamento descontrolado, construções inadequadas e tantas outras agressões ao meio ambiente não param de acontecer. Autoridades e população se confundem nos cuidados do estado do Rio.
Precisamos aprender a respeitar a natureza, os seus ciclos, as suas características. As águas precisam correr pelos leitos dos rios que foram traçados pela arquitetura universal, matematicamente calculada. Cada curva, cada movimento, cada margem tudo precisamente estabelecido. Até o que nasce e floresce a beira de cada rio, lago e lagoa, foi precisamente previsto. Enquanto o homem, não perceber que a sua intervenção inadequada será punida pela força das águas, continuaremos a viver a cada mês de janeiro, a tragédia das águas.
Edison Borba

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