sexta-feira, 28 de outubro de 2011

CONFUSÕES EDUCACIONAIS

Como se não bastasse  a problemática vivida pelos brasileiros no ensino infantil, fundamental e médio, todos os anos o ENEM sofre com denúncias e dúvidas quanto a lisura de sua realização. O maior acontecimento educacional do Brasil ainda não conseguiu achar o caminho certo. Desde o primeiro ano de sua aplicação algum fato nos surpreende deixando os estudantes nervosos e preocupados com o que poderá acontecer com as suas notas.
Sabemos das dificuldades em realizar um exame nas proporções de um país tão imenso como o Brasil. Diversidades tão grandes que fazem dele um país continente. Após tantos anos de aplicação desse tipo de exame, os seus organizadores ainda não acharam a maneira mais adequada para atender a grande diversidade de estudantes.
Vivemos, ano após ano, uma grande confusão educacional.
Melhorias podem ser observadas em alguns setores, mas ainda há muito para resolver.
O transporte escolar nas cidades do interior  é preocupante. Crianças e jovens caminham longas distâncias para terem acesso à suas escolas. Outras são transportadas em veículos absolutamente sem segurança, colocando diariamente  suas vidas em risco.
A merenda escolar ainda não atingiu a qualidade desejável para nutrir adequadamente nossa população estudantil. Diversos municípios sofrem com a falta de quantidade e qualidade nas refeições escolares. Além de dúvidas quanto á verba destinada à nutrição infantojuvenil.
Prédios decadentes, falta de professores e dificuldade de manutenção na formação continuada dos docentes, além de termos que conviver com o analfabetismo.
Além de tudo isso, o Brasil vive um momento de explosão tecnológica. Computadores são distribuídos numa compulsão política eleitoreira, onde a quantidade prevalece sobre a qualidade. Distribuir sem preparar. Doar sem organizar. Entregar sem observar as condições mínimas de adequação metodológica para o bom uso do material recebido deixam uma dúvida quanto à sobrevivência desse material. Outras experiências semelhantes já foram tentadas e abandonadas, por falta de planejamento, preparo e manutenção adequado para a utilização do que foi recebido pelas escolas.
Dentro do caldeirão de acontecimentos a segurança escolar passou a ser caso de polícia. Brigas, agressões, insultos, violência gratuita, tudo filmado, registrado e exibido como troféus nas telas dos nossos computadores. Vivemos numa grande confusão educacional escolar e familiar onde pais e educadores parecem perdidos numa luta sem final feliz.
E para complicar mais esse momento, alguns estudantes da USP, lamentavelmente esqueceram que Universidade é local sagrado, onde tem que prevalecer, à pesquisa, o estudo, à ética, o trabalho e o aprimoramento intelectual. É também um espaço democrático e foi nele que “uma” juventude lutou nos anos da ditadura militar. Por favor, reflitam sobre o uso que alguns querem dar a esse espaço, onde  estudantes deixaram seu sangue por um país melhor. Não usem a democracia para defender aquilo que não pode ser aceito no meio acadêmico de um país tão cheio de confusões educacionais.
Edison Borba

Nenhum comentário:

Postar um comentário