sexta-feira, 21 de outubro de 2011

SERGIO BRITTO - UMA LENDA

Existem homens que se transformam em lenda. A  vida deles será passada de geração em geração e contada em verso e prosa. Ao redor das mesas e onde cidadãos de bem se reunirem, as suas histórias serão lembradas e eternizadas.  Alguns pelos seus atos heróicos em batalhas e guerras. Outros pela atuação política ou então no campo da física, química ou medicina.
São pessoas que ultrapassaram os limites da maioria dos seres humanos. Heróis, superdotados ou abençoados por forças infinitas eles ocupam um lugar especial na galeria dos humanos.
Nesse grupo não podemos deixar de incluir Sérgio Pedro Corrêa de Britto, ou simplesmente como é conhecido por todos os amantes das artes – Sérgio Britto.
Ator, diretor, criador e escritor Sérgio é bem sucedido em tudo que faz. Tudo que toca vira arte e arte vale mais que ouro.
Conta a lenda, que por pouco ele não se transformou em médico. É possível que na ciência  a sua genialidade também se fizesse presente. Provavelmente criaria uma nova vacina ou algum remédio que traria mais beleza e luz para todos nós. Foi exatamente isso que ele fez no mundo das artes. Impossível destacar o seu melhor papel. No palco dos teatros, nas telas dos cinemas ou nas televisões, Sérgio brilhou, emocionou, fez rir e fez chorar. Qualquer texto se transforma em obra prima através de suas interpretações. Coragem, força e energia sempre foram características deste talentoso homem.
Referência para outros atores, Sérgio valoriza seus companheiros de cena através de interpretações sensíveis e emocionantes.
Levado pelos deuses do teatro  entrou em cena através de Shakespere fazendo o papel de Benvoglio em Romeu e Julieta, no teatro universitário amador. Nascia mais que uma paixão: um amor visceral pela arte de interpretar. Nascia ali o SENHOR DOS PALCOS.







Interpretar é pouco para definir Sérgio Britto. Ele tem a capacidade de se transformar, como um camaleão. Ele usa a metamorfose como ninguém. No palco não é o homem Sérgio, em cena esse mutante se transforma  nos mais incríveis personagens em peças como: Tio Vânia, O Jardim das Cerejeiras, Assim é se lhe parece, A gaivota entre tantos outros magníficos textos este homem entrega seu corpo e sua alma para o brilho do espetáculo.
Já foi rei, padre, mendigo, jogador, conde entre tantos outros personagens, mas sempre atuando de forma sofisticada. Um estudioso da arte teatral, Sérgio não se limita a repetir um texto, ele estuda, analisa, mergulha fundo buscando a essência de cada “tipo” a ser vivido em cena.
Em todos os seus muitos anos de carreira, ele se mantém renovado a cada representação. Um ator que acompanhou as mudanças da arte teatral se mantendo atualizado e integrado aos mais modernos meios de comunicação.
Aos 80 anos, após vencer problemas de saúde, Sérgio, trabalhando num espetáculo na lona cultural, num bairro do Rio de Janeiro (Guadalupe), ele caiu do palco, fraturou quatro costelas. Levantou-se sozinho e continuou em cena sob aplausos da platéia. Quando questionado sobre o acidente, respondeu: “Não se impressionem com o tombo. Foi de propósito. Caio todo dia num lugar”.
Esse é Sérgio Britto, um orgulho para todos os brasileiros. Uma lenda do teatro universal.
Edison Borba

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