domingo, 23 de outubro de 2011

SERÁ QUE TEM GRAÇA?

Rir faz bem a saúde e uma boa gargalhada “desopila” o fígado são observações que ouvimos constantemente. Realmente rir é uma boa terapia. Por esse motivo, atualmente, muitos hospitais recebem grupos de voluntários, que através de brincadeiras e palhaçadas ajudam crianças e adultos a enfrentarem graves problemas de saúde.
Neste campo, os palhaços são mestres. Arrelia e Carequinha são grandes exemplos de que trazer alegria é um dom divino. No cinema a figura do “Carlitos” criada e imortalizada por Charles Chaplin, nos emociona até os dias de hoje. Todos esses artistas, apesar de fazerem um humor “simples”, além de fazer rir e emocionar, provocam  reflexões sobre as desigualdades sociais e os preconceitos.
Eram personagens engraçados, isto é, cheios de graça e alegria. Capazes de fazer rir pessoas de todas as idades. No cinema brasileiro Oscarito e Grande Otelo, durante décadas arrancaram gargalhadas criando os mais variados personagens, sempre atuando com dignidade sem ferir, humilhar ou depreciar seu público.
Interessante observar, que todos esses comediantes nunca caíram em “desgraça”. Eles atravessaram décadas sendo engraçados e não “desgraçados”. Sem ofender e nem agredir, viveram situações variadas e aparentemente desprovidas de seriedade, mas que não deixavam de levar mensagens sérias sobre as mais diferentes situações sociais.
Nos programas radiofônicos, outros “palhaços” levaram sua graça por todo o Brasil, brincando com políticos e com a política. Criticando e denunciando as desigualdades sociais e as relações desumanas, como no famoso quadro “primo pobre e primo rico”.
Duplas sertanejas como Jararaca e Ratinho, foram grandes divulgadores de um tipo de humorismo que nem sempre agradava as autoridades políticas. De forma simplória, eram sérios trabalhando à conscientização do povo, quanto aos seus direitos como cidadãos.
Fazer rir, ser engraçado, saber fazer humor é uma difícil arte, que requer inteligência e sutileza. Existe um limite entre fazer rir e ofender. Ser engraçado ou ser desgraçado, eis a questão!
Atualmente temos acompanhado o surgimento de um novo tipo de humor (??!!??). Caracterizado por textos ofensivos, preconceituosos e agressivos que ridicularizam e depreciam pessoas numa tentativa de fazer rir. Usando como pano de fundo, o humorismo verdade e jornalístico se tornaram inconvenientes e em nada contribuindo para o uso do humor como um caminho para defender e lutar por causas nobres como a luta da mulher contra a violência, os direitos do exercício de preferências religiosas e sexuais entre outras causas.
Esse novo formato de humor será que tem graça?
Edison Borba

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