sexta-feira, 20 de março de 2015

PAIXÕES!

Somos movidos a paixões, múltiplas e variadas, paixões pelo que tocamos, olhamos, saboreamos, cheiramos ou ouvimos, qualquer “coisa” ou pessoas pode nos inspirar paixão.
Cotidianamente apaixonamo-nos por algo ou alguém, até mesmo por algum lugar. Às vezes somos apanhados por uma melodia e ficamos envolvidos apaixonadamente por aquele som, que invade a nossa alma, se entranha em nossas carnes e fica por dias em nosso cérebro. Essa situação pode acontecer com perfumes, sabores, animais ou gente (como a gente igual ou diferente) e, quando isso acontece, surge bandeira vermelha no mar, é perigo que se aproxima.
Paixões são experiências afetivas que causam modificações em quem as sente. Elas nos fazem produzir hormônios, atingindo o nosso sistema nervoso, provocando tempestades interiores alterando a nossa essência. Quando o acontecimento se faz em via de mão dupla, haverá uma explosão de paixões. Porém, quando apenas uma via é acometida pela reação, o resultado será pior que desastre de caminhão em noite escura e chuvosa.
Juízo e paixão são duas coisas que não combinam, quando achamos uma perdemos o outro.
Nestes casos, somos acometidos por um vendaval, que nos leva por oceanos nunca antes navegados.
                                                        
Quando tudo termina, estamos molhados, encharcados e com aquela ressaca que custa para ser curada. Porém, se a paixão durou apenas uma noite mas foi correspondida, valerá a pena curtir as olheiras e o gosto amargo na boca.
Dizem que virtuosos são aqueles que conseguem conter uma paixão ou renunciá-la. Talvez, dependendo do ponto de vista, é mais patético renunciar uma paixão do que vivê-la loucamente arcando com todas as consequências que poderá nos causar.
Creio que mergulhar em paixões consideradas ruins, condenadas pela sociedade, é poder usufruir de uma aventura, de uma transgressão que vale a pena enfrentar. Só não pode é ficar chorando pelo leite derramado ou quando algum amigo disser: “eu bem que avisei” quando tudo terminar. Que sirva de lição para enfrentar outras paixões tão ou mais perigosas que a última.
A educação e a religião podem ser meios através dos quais paixões possam ser reprimidas ou sufocadas, porém ela estará apenas amordaçada, presa num baú, aguardando poder um dia voltar a se manifestar.
Paixões nunca se calam! Elas continuam efervescentes dentro do coração de quem as sente. E para não enlouquecer é preciso permitir que ela se expresse com toda a sua força.
Entregar-se a uma paixão é colocar na mesa do jogo todas as cartas e arriscar de uma só vez, tudo o que a vida nos oferece.
Viver uma paixão através de todos os sentidos é, atingir o pleno gozo, que poderá ocasionar até a morte. Uma incrível e maravilhosa morte libertária, ingênua, maliciosa, trágica, sensível, insensata, delirante, pura, malvada, obscura e deliciosamente vivida.
Edison Borba

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