segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ANDANDO SEM RUMO

Há mais de um mês, os profissionais da educação do estado do Rio de Janeiro, sustentam um movimento, bem conhecido no Brasil, greve. Toda categoria trabalhadora, quando não é ouvida e tem os seus direitos ameaçados, busca soluções através deste tipo de ação, universalmente usado: greve. Portanto, nada de novo está acontecendo, é mais uma entre tantas outras. A educação é uma das áreas mais controvertidas  nesta  Terra. Desde que os jesuítas aqui chegaram, buscamos a forma ideal para trabalhar com nossas crianças e jovens. Após várias tentativas de mudanças, ainda estamos andando sem rumo. Continuamos a cometer os mesmos erros. As famílias de maior poder financeiro, matriculam seus filhos em instituições renomadas ou então os enviam para outros países. Quanto ao processo educativo, oferecido pelo poder público, mesmo reconhecendo que houve melhorias, ainda existe um longo caminho a ser percorrido. Sou do tempo do curso primário, ginasial, científico e universitário. Após um grande reforma, passamos para os graus: 1º. 2º e 3º, que sofreu modificações para ensinos infantil, fundamental, médio e superior. Mudam-se as nomenclaturas, mas as necessidades permanecem inalteradas. Novas propostas pedagógicas são previstas nos PCN’s. Discute-se interdisciplinaridade, multidisciplinaridade, inclusões e mudanças na essência dos conteúdos. Projetos são implantados e já  observamos um movimento social mais consciente quanto ao ensino público. Acredito na boa fé dos pesquisadores e dos legisladores mas ... mas ... parece que existe algo que impede de avançarmos e por isso continuamos andando sem rumo. Como está o ensino no Brasil de Roraima ao Rio Grande do Sul? Como estão as escolas das pequenas cidades? Não sou pessimista e nem alarmista, mas teimo em pensar no País como um todo e não apenas o das capitais. Atuei como professor pela primeira vez em 1968, e a primeira vez a gente não esquece. Nesses mais de quarenta anos, muitos passados na rede pública de ensino, da qual tive o orgulho de ser aluno e professor, fui militante de movimentos, paralisações, greves, passeatas, protestos, panfletagens entre tantas outras formas de chamar a atenção para as dificuldades do exercício do magistério. Ensino público de qualidade sempre foi a grande meta. Melhorias nos prédios, nas salas, nos  conteúdos e nos salários. Confesso que não imaginava que após tantos anos, continuássemos andando sem rumo. Tenho orgulho de pertencer a uma valorosa classe trabalhadora que não foge às suas responsabilidades. Temos consciência dos problemas acarretados por uma greve, mas ... mas ... o que fazer? Onde buscar apoio? Com quem reclamar? A quem recorrer? É difícil deixar alunos sem os merecidos ensinamentos e conteúdos. É muito sofrido sabermos que nossas crianças e jovens estarão em desvantagens na luta pela colocação universitária e até mesmo na busca pelo primeiro emprego. Dói  saber que haverá prejuízo para aqueles a quem devotamos a nossa atividade,  carinho e amor. Precisamos achar o caminho certo e definitvamente não ficar andando sem rumo.
Edison Borba / Professor

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