terça-feira, 2 de agosto de 2011

DESCOBRINDO A EDUCAÇÃO

A educação aparece sempre na agenda dos políticos e das políticas públicas, como prioridade. Discursos inflamados, analisando a desigualdade existente no país, principalmente quando o assunto está direcionado à educação pública, são proferidos pelos salvadores da pátria. Fala-se em curto prazo, longo prazo e solução imediata. Projetos são criados, verbas liberadas, metodologias  revistas e continuamos perdidos. Greves, reposição de conteúdo, revisão salarial, perdas financeiras, conteúdo defasado, professores revoltados e alunos desanimados. Computadores, leptops, data show, laboratórios de informática, dinheiro gasto, material distribuído e muita insatisfação. Nossa população ainda sofre com o deficiente domínio da escrita e da leitura. Apesar dos avanços observados nos últimos anos e da boa vontade de muitos brasileiros o nosso crescimento ainda é desigual. Mão de obra sem qualificação, empresas insatisfeitas e despreparo nos dois lados. Ineficiência no preparo de jovens para atenderem as necessidades de uma era cada vez mais inovadora. As novas tecnologias generalizam-se em todas as regiões e classes sociais tornando-se um desafio a cada dia. Como preparar nossa população para absorver em tão pouco tempo, uma estrondosa  explosão de informações. Como satisfazer as necessidades de aprendizagem exigidas  pelo século vinte e um. Acordamos e nos deparamos com mais e mais novidades. A variedade de caminhos é um grande desafio para os projetos educacionais. As funções intelectuais precisam ser estimuladas juntamente com as manuais. Educar para intervir,  prevenir e garantir  competências e habilidades na tomada de decisões.  Códigos precisam ser decifrados rapidamente. Incorporar novas atitudes e conseguir mais variabilidade nas respostas é uma das condições para um processo educativo de qualidade. Preparar para a liberdade de fazer escolhas com responsabilidade e ética, é um dos mais importantes trabalhos das nossas escolas e seus profissionais, além da formação de competências sociais, iniciativa, liderança, autonomia profissional e habilidade na comunicação. Todas essas exigências só poderão ser satisfeitas quando conseguirmos vencer as crises partidárias, provocadas por políticos que usam a educação como uma forma de alavancar suas carreiras. A melhoria de vida de um bairro, cidade e estado passa pelas salas de aula, portanto as instituições de ensino necessitam tratamento digno e adequado para poder desempenhar seu papel. As desigualdades sociais são acentuadas quando num mesmo país acontecem diferentes formas financeiras de educação. Escola de rico x Escola de pobre. Esse contraponto acaba por justificar formas paternalistas de esconder os problemas da nossa sociedade. Divergentes padrões de vida  devem conviver com igualdade educacional.  Alunos matriculados nas diferentes unidades de ensino: religioso, privado ou público devem ter as mesmas oportunidades de aprendizagem. Boa escola, bons professores e ensino de qualidade. É preciso resgatar para as escolas a sua verdadeira função: ensinar. Portanto, melhorar as condições da educação implica em mudanças políticas.  Não aos discursos! Precisamos de ações corajosas de cidadãos que coloquem nossos alunos acima de suas vaidades. Crianças e jovens não podem ser usados como votos, para alimentar a fome insaciável e perversa que habita a alma de carreiristas cujas ações funestas continuam a desvalorizar e prejudicar o processo educativo em nosso País.

Edison Borba - Professor / Coordenador Pedagógico do PINCE

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