sexta-feira, 5 de agosto de 2011

MENINAS VOADORAS

Não importa o país, Portugal ou Brasil, meninas “voam” pelas janelas de edifícios. Bonitas, alegres, inteligentes e apaixonadas. Jovens sonhadoras. Fotos em pose. Sonhos de passarela. Meninas mulheres que nem sabem o que é amor. Envolvidas por paixões cinematográficas, são alvos fáceis de personagens do futebol, da música, do cinema, do automobilismo e da televisão. Apaixonantes empresários, jogadores, cantores e galãs  povoam o imaginário feminino. Homens fortes e vigorosos vendem imagens sedutoras e a possibilidade de aventuras fantásticas. Nesse mundo de fantasias, algumas conseguem voar e transformar a viagem em polpudas mesadas e pensões que irão ajudar na manutenção das suas vaidades: silicones, cremes, roupas e a possibilidade de alguma capa de revista masculina. Os filhos, quando existem, servem para aumentar a conta bancária. Esse mundo cinematográfico inebria nossas garotas, que viajam na purpurina sonhando  ser um dia, a preferida do sultão.  Rainhas de bateria são deusas na passarela do samba. Sobreviventes de relações escandalosas estimulam a mais e mais meninas  tentar a sorte nesse colorido desfile. Um caminho oposto ao que percorreu a inspiradora da Lei Maria da Penha. Mulheres que lutaram para manter a imagem da verdade e feminismo, sem queimar “soutiens” e nem apelar para grandiosas separações e manchetes jornalísticas. Nem todas as viajantes dessa galáxia, conseguem ser vitoriosas. Não recebem grandes indenizações, não são convidadas para “reality shows” e seus corpos mortos é que se transformam em notícia. Mais uma  jovem “voa” pela janela de um alto prédio de apartamentos. Linda, sorridente, sonhadora, modelo, estudante ou bailarina. Noticiários; tem dificuldades em classificar a mulher que aparece na foto. Quando encontrados, os corpos são velados e enterrados sob aplausos de outras meninas sonhadoras que continuarão a imaginar o iluminado mundo  que poderão conquistar.  Os heróis da bola e do volante continuarão a povoar seus pensamentos. Sonhe menina, sonhe! Cuidado para não voar para a eternidade.

Edison Borba

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