terça-feira, 30 de agosto de 2011

PERNAS PRA QUE TE QUERO

O organismo humano é uma fantástica obra de engenharia biogenética. Não existe nada que possa se igualar a essa incrível criação. Todas as conexões funcionam com precisão milimétrica. Cada célula, tecido e órgão sob a regência do cérebro fazem com que não exista máquina mais perfeita em todo o universo. Apesar de haver dois padrões, um feminino e um masculino, as peças dessas duas engrenagens possuem funcionamento idêntico e complementar. O mais incrível é que nos bilhões de organismos humanos  de todo o planeta, não existe repetições. O padrão básico é o mesmo, porém as recombinações  do  conjunto genético é infinitamente incalculável. Não há seres humanos iguais. Somos  únicos. Nossas funções ocorrem dentro de padrões específicos para a espécie humana. Por esse motivo, é que os médicos calculam a pressão arterial estabelecendo o máximo, o mínimo e o ideal, para cada indivíduo, levando em conta alguns aspectos, como idade, peso e altura. Essas condições são estabelecidas para o grupo humano, que mantém o padrão bioquímico e matemático básico. Porém, quando algum ser humano, tem a sua área corporal modificada, suas funções neurofisiológicas passam por uma reorganização para  manter o equilíbrio geral daquele organismo. Na área  esportiva, podemos observar esse fenômeno durante as olimpíadas e as paraolimpíadas. Para cada grupo, há marcas específicas a serem conquistadas. Oscar Pistorius, atleta sul-africano, com as duas pernas amputadas e usando próteses, fez a diferença. Conseguiu do Tribunal Arbitral do Desporto, o direito de disputar nas mesmas condições dos atletas sem limitações físicas. Ele, um amputado, correndo em igualdade de condições com os demais atletas. Conhecido como “Blade Runner” (corredor lâmina), esse jovem velocista tornou-se um recordista mundial. Usando próteses feitas de fibra de carbono,  Pistorius merece todo o nosso respeito e admiração. Pernas prá que te quero se ele tem força e garra. Contrariando as leis biológicas, o organismo desse homem se reorganizou e achou o equilíbrio para mantê-lo nas mesmas condições dos atletas olímpicos. Quando teve suas pernas amputadas, ainda sendo uma criança, provavelmente seu cérebro não registrou essa perda. Elas continuaram a existir em sua imaginação. Não foram retiradas de sua mente e nem de seu coração. O complemento feito de carbono só existe para os que olham para ele. Oscar tem pernas, tem asas, tem força, tem vontade, tem esperança, tem garra e seu corpo contrariando todos os prognósticos, o faz campeão. Assim como ele, outros incríveis homens e mulheres superam todos os dias obstáculos de um mundo preconceituoso e egoísta que ainda não atentou para a necessidade de criarmos condições para que todos possam sobreviver dignamente. Parabéns atletas olímpicos e paraolímpicos! Parabéns a todos os que superam as suas dificuldades nos dando excelentes exemplos de força e vitória. Parabéns Oscar Pistorius!
Edison Borba




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