domingo, 24 de abril de 2016

ESTRANHAS ENTRANHAS



Não me reconheci na imagem refletida no espelho

Uma estranha figura, querendo se passar por mim

Olhava-me fixamente, olhos nos olhos

Por um momento tive o reconhecimento

E pude identificar-me no estranho homem

Naquele dia, tudo ficou diferente e estranhamente

O estranho do espelho, entrou em mim, entranhou-se ...

De tal maneira, que estranhamente tudo que eu era perdeu-se ...

A realidade refletida, era perfeitamente um eu, que não conhecia

Eu me transmutei em mim, de outra forma e maneira

Tentei afastar-me do espelho, mas fui atraído pelo brilho

E num estranho equilíbrio eu a minha imagem se juntaram num só corpo

O espelho se quebrou, marcando de forma bizarra

Uma estranha situação, nova e rara

Eu era minha imagem e minha imagem era eu

Passei a ser uma colagem, já que não possuía imagem

Para em outros espelhos refletir

Sou agora uma figura estranha e trago em minhas entranhas

A minha própria imagem, aquela que eu refletia

Porém, eu não sabia, eu juro, da existência desta minha outra face

Talvez a mais verdadeira, ou quem sabe a mais sombria

Aquela que eu rejeitava, pois era ela, que projetava

O que eu mais odiava!

Edison Borba

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