domingo, 10 de abril de 2016

EU DESCONFIO ...



 

Como afirmou Dolores Duran “eu desconfio, que o nosso caso está na hora de acabar”

Desconfiar, é um verbo irmão do ciúme, parceiro da loucura, irmão do desequilibrar.

Ele acaba com a paz, implanta a insegurança, enchendo as cabeças de loucas lembranças

Destrói toda a prudência, se baseia em evidências, sutis e pueris, que se transformam em monstros  que invadem nossos sonhos.

Otelo matou Desdêmona, apenas por desconfiar de uma possível traição

Bastou um lenço perdido para que o enciumado marido tirasse louca conclusão

Eu desconfio, eu teço um fio, eu escrevo uma história, eu encho minha memória

Fico de sobreaviso, meus sentidos aguçados, vejo fantasmas, ouço vozes

Imagens de rostos estranhos, se tornam real para mim, perco a liberdade estou vivendo exilado

Numa ilha de desconfiança, de medo de não ser amado e até ser trocado por outro amante qualquer

Descubro pistas em cada canto, marcas digitais que poderão me fazer descobrir um rosto da criatura que entrou em meu destino

Na loucura em que vivo, tento encontrar alento para minha alma acalmar

Já nem sei se quero saber que nunca fui enganado, porque assim ficaria eternamente frustrado

Desconfiar é maléfico, é sofrer na ilusão, de que tem que ser verdade o que atormenta e enlouquece

Se nada provado for, a dor será mais cruel, é sinal que meu amor não corre risco fatal

Mas eu preciso da ilusão que um dia sozinho ficarei, preciso desconfiar, ficar inseguro e sofrer só assim conseguirei viver.

Estou preparando o caminho da separação, vou sofrendo aos pouquinhos, num sentimento que pode parecer mesquinho

Mas é uma forma de perder meu amor, devagarinho!

Edison Borba

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário