segunda-feira, 11 de abril de 2016

O VAZIO DO QUARTO DO FILHO!

Acorda filho, abra os olhos, acorde!

Eu sei, você só está dormindo

Você está fingindo, brincando

Eu conheço você, acorde!

Deixe eu ver o brilho dos seus olhos

Preciso ouvir sua voz, seu riso, seu encanto

Acorda meu filho! Não tenho mais pranto ...

Não me deixes assim indecisa ...

Não brinques comigo ...

Acorda! Saia deste sono! Eu te peço!

Não me deixes assim sozinha ...

Meu filho minha alma minha vida

Hoje mamãe fez o doce que você gosta

Venha, saia deste caixão, me de sua mão

Preciso que você me leve a passear no jardim

Venha, eu quero me aconchegar em seu colo

Estou com frio, preciso que você me aqueça

Por que não me respondes?

Abra os olhos! Não brinques assim comigo ...

Diga o que queres, não me enganes

Não vou aguentar viver sem você

Filho meu! Acorda! Estou com medo!

Da solidão do seu quarto, da sua cama vazia

Do seu silêncio, em meus braços, dormindo

Apertado à mim ... sua respiração sussurrada

                                                que somente eu ouvia

Como poderei viver sem estes nossos momentos

Lembras quando destes os primeiros passos?

Lá estava a mamãe, braços abertos a esperar você

E seria assim toda a vida ... foi o que sempre sonhei

Não é justo, me deixar aqui, inerte enlouquecendo

Sei que estou perdendo, a luta é desigual desumana

A dor que sinto me congela a alma, enlouqueço ...

Quero ser forte, mas não consigo, forças para lutar

Fui vencida, meu peito sangra, minha alma dói

Insuportável amargor, infinita dor,

Ver meu filho querido, adormecido sozinho, entregue

                                                              à sua própria sorte

Nos braços da impiedosa e traiçoeira morte!

Edison Borba

 

 

 

 

 

 

 

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