Tive a sorte de nascer numa família de múltiplas religiões, crenças e bênçãos. Uma avó portuguesa católica apostólica romana e outra avó mineira, católica mística e rezadeira. Ambas foram mães de muitos filhos e assim ganhei muitos tios e tias. Crescemos: eu, meus irmãos e primos, através de muitas bênçãos (sou do tempo que as crianças pediam benção aos mais velhos), fomos agraciados com bênçãos de evangélicos, espíritas kardecistas, umbandistas..., católicos, batistas, candomblecistas e de outros seguimentos religiosos. Não havia entre eles nenhuma contradição, quando se reuniam para alguma comemoração: aniversários, casamentos, batizados ou outras festas familiares, como o Natal. Nestas ocasiões todas as crianças recebiam orações e bênçãos das mais variadas origens.
Ainda lembro da querida tia Gregória, esposa de Pastor Batista com o marido e os filhos participando da ladainha na casa do tio Dionísio, em agradecimento por uma graça recebida. Sinto a força dos “passes” espirituais, que minha mãe fazia questão que recebêssemos, e que eram aplicados por uma de suas irmãs.
Eu e as crianças de minha família, frequentávamos as missas na Igreja de São Thiago, onde minha irmã, quando jovem, foi do grupo das “Filhas de Maria”.
Quando adulto, fui padrinho casamento da prima Selma, Testemunha de Jeová. Também fui padrinho de casamento de outra prima, na igreja de São Pedro e batizei vários primos e sobrinhos em diferentes templos religiosos.
Lembro das festas nos Centros de Umbanda e Candomblé, que meus pais não se recusavam a comparecer e das Bíblias, sempre presentes em nossa casa, abertas para que um salmo fosse lido diariamente.
E foi assim, que meus pais educaram os seus três filhos, absolutamente de coração aberto para Deus, aquele que une, reúne, abraça, não discrimina, ama acima de qualquer convenção social. Em nossa casa respeito a todos, sem discriminação!
E agora, nos tempos atuais, o Budismo chega até nós através de sobrinhos, que buscam o caminho do equilíbrio e um primo Diácono, todos com as bênçãos da família!
Obrigado “dona” Zefa e “seu” Oswaldo, gente da melhor qualidade, que soube nos indicar que muitos são os caminhos, que levam ao Senhor dos Senhores> um só Deus – Único e Verdadeiro!
Edison Borba
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