terça-feira, 25 de outubro de 2016

DESPERTA!!!

Quando acordei e me dei conta, o tempo já havia escorrido
Como água de um rio, passou, seguiu seu curso, sempre em frente
Horas “vagarzinho” ou formando correntezas...

Derrubando ribanceiras, levando troncos de árvores, colhendo gravetos
Assim foi o tempo, seguindo seu caminho sem que eu pudesse detê-lo
Anos seguidos correndo solitariamente, cumprindo seu destino
Houve momentos que barqueiros fizeram parte da paisagem
Outras vezes canoeiros, esses quase sempre, remando só e só remando


 Pescadores lançaram suas redes, na tentativa do pescado
Enquanto lavadeiras cantavam e as bolhas de sabão dançavam
Na correnteza, ziguezagueando num lindo balé
Assim foi a minha vida, um rio, e não um rio que passou
Ao contrário do que cantou o poeta Paulinho da Viola
Eu segui, e ainda sigo a correnteza, sem resistir
Deixando que o rio da vida tome seu próprio rumo
Ligeiro no início e caudaloso,
E agora, mais lento, escorrendo sem pressa
Com mais consciência de que as águas oceânicas estão próximas
E que se aproxima o meu desaguar o misturar-me nas salgadas águas
Perdendo a minha essência, sem oferecer resistência
Já posso ver ao longe a imensidão onde irei mergulhar
Diluir-me-ei, e nada restará, nem uma gota
Apenas a certeza de que não estarei sozinho
Minhas águas farão parte do infinito oceano!
Edison

Nenhum comentário:

Postar um comentário