terça-feira, 11 de outubro de 2016

FACE NO ESPELHO



De repente, em frente ao espelho um corpo ocupa minha mente!
Ou será o inverso? Minha mente está em outro corpo?
Não o reconheço! Não me reconheço!...

Quem é esse cara? De quem é essa cara?
Penso! Reflito! Mas, o que se reflete, não sou eu!
Será que eu já era? Já fui? Terminei? Acabei?
Como um peça de teatro. O derradeiro ato! E as cortinas baixam!
Aos poucos tento reconhecer-me, como uma leitura ao avesso.
Vendo aquela a face refletida no espelho. Aos poucos percebo ...
Os olhos! Os grandes olhos! Iris voltadas para cima!
Esse olhar eu sei de quem é! É meu!
Mas o rosto ... tem vincos ... rugas ...
Lembro de uma jovial face! Sem olheiras ...
Fecho os olhos, tentando simular um sonho
Ao abrir os olhos haverá outra imagem!
Cabelos escuros, sorriso largo, bonito ... sim ... sem vaidade!
Demoro-me neste sonho acordado, mas de olhos fechados.
Tenho medo de abrir os olhos e encontrar a tal face ...
Sim! Este não sou eu! Definitivamente, esta face não é minha.
Deve ser a fonte – o espelho – com defeito
Eu, não sou assim, feito! Creio que houve brincadeira, sem respeito!
Vou gritar, quebrar o espelho e verificar quem sou eu.
Os diversos cacos espalhados pelo chão, refletiam a mesma imagem,
Um velho homem! Apenas os olhos e a mente ...
Chorei ...

Edison Borba

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