segunda-feira, 15 de julho de 2013

CINZEIROS E BOMBAS

           Enquanto na Rocinha, as balas voltaram a cruzar o céu, deixando a comunidade refém de bandidos, em Copacabana cinzeiro cruzava o espaço para atingir a cabeça de um jovem manifestante, por melhorias nos transportes públicos.
É constrangedor que a média classe alta, comemorando um casamento no Hotel Copacabana Palace, para demonstrar a sua supremacia, atirou pela janela, dinheiro e cinzeiro.
Depois de muitos anos, ainda nos causa estranheza o que a História narra, a fala atribuída a Maria Antonieta, “se o povo não tem pão, que coma brioches”.
Jogar cédulas de vinte reais e cinzeiro sobre o povo, que fazia uma manifestação, é bem semelhante a que aconteceu na França. Muito deprimente!
Quanto aos tiros na Rocinha, é algo que, apesar das UPPs, ainda fazem parte da vida naquela e em outras comunidades.
Apesar destes fatos aparentemente não terem relação, é fácil estabelecer um elo entre a Rocinha e Copacabana, juntando as classes sociais: DROGAS.
Um local é de venda o outro é de consumo. Os bandidos atiradores na comunidade possuem o produto, os atiradores de dinheiro e cinzeiro provavelmente são os consumidores.
Não existe um sem o outro. Os traficantes são alimentados pelos consumidores. A classe dos traficantes possui clientes nos salões, palacetes, universidades, empresas e em outros lugares frequentados por classes A, B e C.
As elegantes festas e banquetes, em sua grande maioria são “regadas” por champanhe, fumaça e brilho. Nos  espaços perfumados e siliconados onde figuras esbeltas deslizam suas silhuetas malhadas pelo salão, os cinzeiros criam vida e saem pela janela atingindo a cabeça do povo.
São todos bandidos! Na Rocinha ou na festinha, o processo é semelhante, só muda o endereço e os adereços!
Lamentável!
            Edison Borba

Nenhum comentário:

Postar um comentário