domingo, 7 de julho de 2013

JUSTIFICATIVAS CRUEIS

           É comum usarmos algumas justificativas, que são de uma crueldade sem tamanho. Por  exemplo, quando  somos obrigados a apresentar um empregado doméstico, que convive conosco há alguns anos, hipocritamente, justificamos: “ é quase da família”.
É uma forma cruel de deixar claro, que a pessoa em questão, não pertence ao nosso ciclo familiar e social.
Acredito que em muitos casos, justificamos aquele pequeno preconceito, que não conseguimos extirpar da nossa educação.
Outra justificativa, também provida de crueldade, está na forma de nos esquivarmos de alguém cujo comportamento ainda é produto de escárnio social. Quando o assunto em pauta, refere-se aos  que fazem programas sexuais ou então que são declaradamente homoafetivos, usamos uma “safada” sutileza, sob a qual escondemos nossos medos, quando afirmamos, “eu não me importo de ter uma amiga que é garota de programa” ou então “tenho amigos homossexuais que frequentam a minha casa”.
            Deus do céu, como somos bonzinhos!
            Estamos prontos a fazermos concessões, abrimos até às portas da nossa casa!
            Infelizmente, o tempo passa, a sociedade utiliza-se dos mais sofisticados aparelhos. São computadores de última geração, celulares que permite comunição até com outros planetas, cinema em dimensões inimagináveis e tantas outras invenções fabulosas, mas os nossos conceitos são trogloditas. E os pré (conceitos), continuam a nos perseguir. Os dez mandamentos, publicados na edição extra do jornal editado por Moisés, não é levado a sério. Continuamos a matar, a roubar, a desejar o que não é nosso e não amamos o nosso próximo, nem quando ele está bem próximo de nós. O falso testemunho, já se tornou lugar comum na nossa sociedade. Os templos religiosos, em alguns casos, servem para isolar, rotular e renegar todos os que não obedeçam aos donos do templo. Muitos usam  disfarce para sobreviver, mesmo quando sabem que os seus orientadores espirituais, vivem escondidos sob máscaras. Hipócritas, do faz o que eu falo, mas não saiba  o que eu faço, porque faço as escondidas.
            Creio, que Jesus, com aquele cabelo comprido, túnica branca, andar calmo e capaz de abraçar a todos, sem nenhum preconceito, não seria bem recebido em nossos lares e igrejas. No mínimo seria rotulado como um homem “esquisito”.
            Dificilmente entraria pela porta da frente, seria no máximo um “quase da família” ou então “uma pessoa a quem eu já até cumprimentei”.
            Pode ser que eu esteja exagerando em minhas observações, mas que atire a primeira pedra, quem possa negar totalmente o que foi escrito.
            Somos seres humanos, e como tal cheios de defeitos e qualidades, mas também donos do livre arbítrio, que podemos usar para melhorarmos como seres, ficando cada vez mais humanos. É uma questão de escolha ou de oportunidades.
Edison Borba           
 

 

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