sexta-feira, 26 de julho de 2013

CORPOS – ONDE ESTÃO?

>Patrícia Amieiro – 14 de julho de 2008.
>Eliza Samúdio -  04 de junho de 2010.
>Amarildo – 14 de julho de 2013.
            Três cidadãos brasileiros de diferentes profissões e classes sociais. Duas mulheres e um homem  representam outros brasileiros, que desaparecem, como fumaça no céu.
            Corpos  que precisam ser achados e enterrados. Famílias clamam pela dignidade de dar aos seus queridos entes o direito de ter a dignidade da morte cidadã. Isto é, ser tratado respeitosamente como merecem todos aqueles que nasceram e receberam nome e registro legal e uma cidadania.
             Mesmo com a morte, esse direito tem que ser preservado. Quando visitamos algum cemitério, encontramos nomes, datas e identidades. A cidadania de um homem ou mulher, crianças e jovens não desaparece com o seu falecimento. Até os natimortos devem ser identificados e tratados como seres humanos, cidadãos.
            Três pessoas, cujas famílias lutam para encontrar. O tempo passa, o sofrimento aumenta e não se consegue colocar um fim nas histórias. Sabemos que todas essas pessoas tiveram um ou mais algozes, que guardam em segredo o que foi feito com os corpos. Qual o motivo, que leva esses torturadores, alguns até já condenados, a manterem tal situação. Por que manter a tortura para com pais, mães, filhos, irmãos e todos os que amavam e continuam amando os desaparecidos? Por que tanta monstruosidade?
            Estas questões são diariamente lembradas pela sociedade. Há um mórbido prazer no silêncio, daqueles que devem sentir-se superiores, pois somente eles  possuem a chave da questão.
            Patrícia, Eliza e Amarildo onde estão seus corpos?
            Enquanto vocês não forem encontrados e identificados, suas existências continuarão como uma grande mácula em nossa justiça.
            Vocês são símbolos de como o coração humano pode ser, quando não são tocados  e como a nossa polícia e justiça ainda são precárias e ineficazes para a solução de alguns casos.  Precisamos todos, buscar a cada dia mais e mais o caminho da “humanização” de todos os seres humanos.
Esses casos devem ser exemplos do quanto ainda temos um longo caminho rumo à evolução.
            Edison Borba

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário