sábado, 7 de fevereiro de 2015

CARNAVAL, O PASSADO SEMPRE PRESENTE!

O carnaval carioca, sempre foi motivo para que compositores usassem o talentara expressar problemas sociais.

Os anos cinquenta foram ricos em marchinhas, que se forem cantadas agora em 2015, estarão falando da realidade atual. Marlene e Emilinha foram as que mais gravaram este tipo de música, isto é, as que tinham letras que “cantavam” questões sociais.

Lata d’água na Cabeça, Tomara que Chova e Choveu Choveu, nunca foram tão atuais.

Sapato de pobre é Tamanco e Zé Marmita, ainda representam os trabalhadores brasileiros.

Araci Costa, foi uma famosa cantora das rádios, que também nos anos cinquenta gravou para o carnaval um interessante música, chamada “Favela Amarela”. A letra retratava a ideia  de um político, que sugeriu, quer os barracos das favelas fossem pintados de amarelo. Vejam os versos: “Favela Amarela / Ironia da vida / Pintem a Favela / Façam aquarela / Da miséria colorida”. Este tipo de “ideia” maluca, ainda é comum na cabeça dos nossos  políticos.

Os anos passaram e os problemas sociais, continuam quase os mesmos, portanto neste carnaval de 2015, vamos cantar:

 “Tomara que chova / Três dias sem parar / A minha grande mágoa /É lá em casa não ter água / E eu preciso me lavar / De promessa eu ando cheia / Quando conto a minha vida ninguém quer acreditar / Trabalho não me cansa / O que me cansa é pensar / Que lá em casa não tem água nem pra cozinhar”

 

Ou se preferirmos podemos optar, por sair num bloco, cantando:

 

 “Rio de Janeiro

  Cidade que nos seduz

  De dia falta água

  De noite falta luz”

 

O que foi cantado em carnavais da vovó poderá continuar a fazer a festa dos blocos e salões deste carnaval.

A Escassez de água, os cortes no abastecimento de energia elétrica, os problemas sociais tudo igual. Apenas o sapato do pobre atual, deixou de ser tamanco para ser sandália ou tênis “genérico” comprado no camelódromo.

O negócio e esquecer as amarguras da vida e deixar as águas rolarem enquanto sassaricamos na porta da Colombo.

Edison Borba

Nenhum comentário:

Postar um comentário