sábado, 21 de fevereiro de 2015

PENSAMENTOS DE UMA ALFABETIZADORA

Neyde Borba, minha irmã, formou-se pelo Instituto de Educação do Rio de Janeiro, como professora para o Ensino Infantil, porém sua especialidade sempre foi alfabetizar. Atualmente, aposentada, ela se mantém atualizada e entusiasmada com o ato da alfabetização.
Foi conversando com ela, que extrai lindos pensamentos sobre o ato de envolver uma criança no mundo das letras, sílabas e palavras. Como caminhar lado a lado com o aluno, orientando-o na grande descoberta da leitura.
Segundo  ela, para levar as crianças ao conhecimento de cada “letrinha” que irá acompanhá-la por toda a sua vida, requer tranquilidade, dedicação, paciência e amor.
Foi com extrema doçura, que Neyde contou-me como era segurar na mão dos alunos e junto com eles desenhar as letras fazendo um grande bailado, do a até o z. Cada letra tem seu formato, sua própria sinuosidade e características. Segundo ela é preciso mergulhar no universo infantil para levar a criança à sentir cada letra através do movimento das mãos, dos dedos e do corpo.
Para esta alfabetizadora, a criança precisa sentir, isto é, usar os sentidos durante o processo de alfabetização. O tato, o olfato, a visão, a audição e até o paladar devem ser estimulados durante as aulas. Letrinhas pequenas e letras grandes desenhadas, pintadas, esculpidas com massa e miolo de pão. Letrinhas de macarrão que podem ser degustadas. Letras que dançam e se encontram formando filas e ganhando sentido ao se transformarem em palavras.
Alfabetizar uma criança é criar para ela um mundo de oportunidades que irão surgir a partir da estimulação do sistema nervoso através de atividades psicomotoras.
Apesar do avanço tecnológico e da modernidade das máquinas, para alfabetizar é preciso contato humano. Nenhum computador conseguirá transmitir a sensação que a construção de uma letra propicia à criança.
Senhores pais e responsáveis! Senhores professores! Toda criança tem o direito de ser conduzida ao misterioso mundo das letras, através de mãos amigas e sábias das alfabetizadoras!
Edison Borba
 

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