quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O BOM LADRÃO.

Na história de Jesus, o bom ladrão é salvo ao se arrepender, quando colocado na cruz, ao lado do Mestre. Conhecido na igreja católica como São Dimas, ele é exemplo que o arrependimento sincero pode ser um caminho para alcançar o céu.
Pensando nesta história, me ocorreu imaginar a situação do Brasil. Estamos há anos convivendo com diversas categorias de ladroagem e de ladrões.
Existem os furtos, os desvios, os roubos, os latrocínios, as corrupções, as propinas, as rapinagens, as carteiradas e muitas outras formas de se apoderar daquilo que é do outro ou dos outros.
Quanto aos ladrões  existe uma hierarquia  e classes sociais que os identifica; como:  os ladrões pé de chinelo, isto é,  os que cometem furtos de relógios, cordões, bolsas, roupas e até de tênis entre outros produtos, para revender e  comprar drogas baratas como o crack. Existem os invasores de residências, cujas ações são bem mais ousadas. Desconhecem as câmeras, cercas eletrificadas e os seguranças. Estes também invadem lojas e explodem as caixas de bancos. Neste grupo, também podemos incluir os que aplicam o golpe da “saidinha  de banco”  fazendo sequestros relâmpagos. Todos, são raia miúda e ao levarem o produto do alheio, vendem e gastam, não sobrando nada, o que os impele a realizar novas ações. São realmente  pés de chinelo. Quando presos, suas fotos são colocadas nas paredes dos presídios contendo uma numeração.
Ocupando uma  hierarquia maior, encontramos os empresários e políticos, homens e mulheres em sua maioria com nível superior de ensino, ocupam altos cargos na política ou na rede empresarial, eles   se apoderam de altíssimas quantias. Suas moedas preferidas são o dólar e o euro, agem em escritórios de luxo, possuem secretárias bonitas e suas fortunas,  são depositadas em bancos estrangeiros.
Comparando as duas classes, surge uma reflexão, que eu convido o leitor a dividir comigo: os citados pés de chinelo têm objetivos rápidos, diretos e de curto prazo. Agem, roubam, furtam, gastam e voltam a manter a rotina, até serem mortos ou presos.
A mais alta classe de ladrões  está organizada de forma politicamente correta, são eleitos democraticamente. Tornam-se prefeitos, governadores, presidentes, empresários, diretores  de grandes empresas cargos, cujo poder lhes permite roubar incansavelmente respeitando a lei, pois se consideram acima da mesma, somando montantes financeiros que se manterá por muitas gerações.
O que me deixa confuso é o fato desses  indivíduos (homens e mulheres) não conseguirem parar de roubar, desviar, furtar e acumular fortunas.
Que tipo de desvio de conduta psicológica, faz com que eles e elas nunca consigam saciar sua fome de poder?
No mundo político e empresarial brasileiro, temos gerações de ladrões: avós, pais, filhos e netos de ambos os gêneros sem interromper o ciclo de vagabundagem. São grupos familiares que perderam todo o pudor, ética e a  noção de qualquer  sentimento de amor ao próximo. Eles comandam estados e cidades brasileiras, onde o povo morre na miséria e seus governantes nadam em piscinas de dólares.
Eu  não quero criticá-los quanto aos roubos, mas questionar o porquê de nunca conseguirem interromper o ciclo do maligno vício da rapinagem.
Será que algum psicanalista, vidente, cartomante ou outro especialista na área da vidência, conseguiria responder esta questão?
O que  já roubaram é tanto que  ficará acumulado nos paraísos fiscais, após a sua  morte. Eles não conseguirão gastar o que roubaram do povo por várias gerações. Por que continuam roubando?
Sugestão, seguindo o exemplo de Dimas, o bom ladrão: não há necessidade de devolver o que já está armazenado em suas contas, basta que  PARE DE ROUBAR  E USUFRUAM,  DO QUE JÁ TIRARAM DOS TRABALHADORES!
Quem sabe, agindo assim, eles conseguirão uma vaga no céu!
Edison Borba

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