quinta-feira, 1 de setembro de 2011

CONTRADIÇÕES ECOLÓGICAS

Precisamos  transformar o nosso comportamento, deixar de aceitar pacificamente, as atitudes de uma pequena elite dominante  que desmata, polui  e destrói, simplesmente para satisfazer suas vontades. Mansões construídas em reservas florestais, praias invadidas em nome da manutenção de  uma duvidosa privacidade. Dunas  devastadas  por senhores vorazes em seus apetites nunca satisfeitos. O que me preocupa é o  excesso de atividades pouco concretas em prol  do meio ambiente. Mapas atualizados revelam uma Amazônia sendo destruída numa progressão geométrica. Projetos gigantescos sendo realizados sem que as verdadeiras intenções fiquem claras para a população. Em nome de um progresso galopante, autoridades estão leiloando terras brasileiras sem nenhum escrúpulo. Daqui a pouco, vamos visitar o que restar das riquezas naturais, apenas em museus de fotografias ou de pinturas. Também nos restarão os animais empalhados e  ervas prensadas, como recordação de um mundo verde. Os pais terão que contar histórias para seus filhos, sobre como era a vida antes da imensa destruição. O que mais me chama a atenção são as  falcatruas, envolvendo obras cujos verdadeiros fins são duvidosos quanto à sua real importância. Não há jornal e revista que não exiba matérias sobre lugares devastados. Paraísos ecológicos poluídos pela ação humana. Imagens dramáticas, escombros e áreas devastadas já não nos comovem. Existe uma passividade, na qual eu me incluo que nos impede de agir de maneira mais contundente. Ações bem intencionadas, mas que não conseguem deter o avanço de empresários, artistas, famosos e políticos que usando dos seus poderes financeiros e sociais se colocam acima de qualquer lei. Passeatas, abaixo-assinados, abraços ecológicos e manifestações públicas, chegam a ser ingênuas quando  tentam parar o avanço da depredação. Aos poucos fomos sendo condicionados a assistir as tragédias, pela telinha das nossas televisões, durante o jantar e mesmo diante de grandes catástrofes, não perdemos o apetite. Triste e lúcida percepção, eu que esperei a era de aquário, quando a paz e o amor transformariam o planeta e todos os seus habitantes. O tempo passou e se mudanças aconteceram  não trouxeram a paz e nem mudaram os homens para melhor.   O planeta terra não se tornou um paraíso. A luta armada entre os povos só mudou de características,  a intolerância permanece. É com tristeza que admito a existência de uma carcomida política voltada para questões ambientais. O compromisso com a manutenção das riquezas naturais não passaram de sonhos de  uma geração de cabeludos. É  pena saber que objetivos foram  abandonados e  grandes empreendimentos surgem camuflados por parques ecologicamente corretos. E que ficamos felizes com a idéia de glamorizar as questões ambientais. Usamos produtos ecologicamente corretos, fingimos ser naturalistas, participamos de caminhadas ecológicas, protegidos por loções hidratantes, cujos frascos jogaremos no lixo, juntamente com as latas de refrigerante,  cerveja e garrafinhas de água consumidos durante a passeata.
Edison Borba

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