segunda-feira, 5 de setembro de 2011

MODINHA

Nos anos cinqüenta, modinha era uma revista especializada em letras das músicas do momento. Estávamos na Era de Ouro das rádios e saber cantar os sucessos de astros, como Marlene, Cauby, Angela Maria, Emilinha Borba, Francisco Carlos e Dalva de Oliveira entre outros famosos, fazia parte da nossa vida.
Mas, modinha também pode ser o diminutivo de moda. – “Ela está usando um vestidinho muito brega, é uma modinha de pobre” – Frase de  mulher invejosa para  sua “amiga”. Reparem que o sufixo inha, faz toda a diferença. O termo vestidinho desqualifica a roupa e deprecia quem usa. Os diminutivos (inhas) que também podem ser usados no masculino podem ser pejorativos, debochados e desdenhosos.
Dizer para uma pessoa, que ela está bonitinha, é dar um tiro na sua auto-estima. É arrasar, com a sensibilidade  deixando-a no chão.
A força das expressões, mudam a nossa imaginação muito antes de  tomarmos contato com a realidade dos fatos. Exemplo: Tenho uma amiga, linda. Ela está tendo um caso com um rapaz de olhos verdes. Um gatão!
O mesmo casal visto sob outra ótica: Tenho uma amiga lindinha. Ela está de casinho com um rapazinho de olhinhos verdes. Um gatinho!
No segundo caso, nossa mente cria a imagem de casalzinho, magrinho, chatinho, bonitinho e sem gracinha. É possível que sejam “meio” burrinhos, desses que confundem menos com “menas” e escorregam  nos esses e  erres.
Quando usamos esse tipo de diminutivo acabamos com  pessoas. É melhor ser burro mesmo! Um idiota convicto. Mas ser burrinho, jamais!
A diferença é absolutamente clara: ser ladrão de respeito. Morar em palácios, na capital de um país grandão e pertencer ao poder, é uma maravilha! Desviar milhões dos cofres públicos, ser  charlatão, isto sim, é grandioso. Os jornais publicam manchetes! Ladrão, de colarinho branco foi absolvido. Vale à pena dar golpes,  aparecer sorrindo, levar um vidão. Ter iates, viajar para a Europa,  contas fabulosas em bancos fora do país,  ser  reconhecidamente “o ladrão”.
 Mas ser um ladrãozinho, levar uma vidinha simples, morar numa favelinha, deve ser muito triste. Viver de golpinhos, roubando carteirinhas de trabalhadores, que ganham um mínimo salário, é deprimente. Coitadinho nem roubar  sabe!
Como mostram pesquisas científicas, até no submundo, o uso dos inhos e inhas é desastroso. Lamentavelmente, apesar das brincadeiras, sabemos que existe um pouco de verdade nessa história. É preciso que todo cidadão de bem, todo trabalhador perceba que não somos um povinho e nem coitadinhos. Não aceitamos a imagem de acomodados e incapazes de virar a mesa. Quando chegarem as eleições, coitadinho deles – os candidatos!
Edison Borba

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