sexta-feira, 16 de setembro de 2011

EDUCAÇÃO MASCULINA?

Mulher  é  queimada  com ferro de passar roupa, após  companheiro marcar o seu corpo com a ponta de uma faca.
Cabeleireira é assassinada em frente às câmeras de vigilância.
Esposa é violentamente espancada por seu marido, que chegou bêbado em casa.
Todos os dias, os  jornais estampam notícias envolvendo agressões às mulheres. São  espancamentos, torturas psicológicas e físicas, humilhações, injúrias, ameaças e estupros. Tudo acontecendo dentro dos  lares e muitas vezes na presença dos filhos.
Mesmo amparadas pela Lei Maria da Penha, os casos se repetem de maneira assustadora. Ameaças de morte são cumpridas, após  a mulher ter procurado ajuda da polícia, registrado queixa, obtido medida protetora e tenha um boletim de ocorrência. Os agressores não se intimidam diante da polícia, e quando presos alegam amor e ciúme.
Mulheres voltam a ser agredidas, após perdoarem seus companheiros, outras escolhem o silêncio e vivem anos de sofrimento por não se sentirem seguras com a separação. Algumas não sabem o que fazer de suas vidas, longe do cruel marido.
Que motivo leva  alguns homens a exibirem um comportamento bárbaro  em pleno século XXI? Por que as leis não são respeitadas pelos agressores? O que leva um homem a desrespeitar sua mulher e filhos? O que mantém uma mulher junto a um homem que a maltrata? E a retirada da queixa, o que leva a tomada dessa atitude?
Seria a educação uma forma de controlar esses tipos de comportamento? Diante de tantos casos de agressões e até assassinato, criar um espaço especificamente para uma educação masculina poderia ser uma boa experiência? Mas o que seria uma educação masculina?
Talvez um aglomerado de informações sobre o que é ser homem. Aulas de anatomia, fisiologia, arte, culinária, costura, bordado, ética entre outros conteúdos. Os alunos aprenderiam a escrever poemas e cartas de amor. A cuidar de uma casa lavando, passando e cozinhando. Puericultura, primeiros socorros e paciência também  estariam  incluídos na programação. As aulas seriam  ministradas por uma mulher e um homem ( ao mesmo tempo) em turmas mistas  envolvendo toda a comunidade escolar. Cada uma delas, trabalharia com exemplos concretos  buscando nos conteúdos de cada disciplina uma relação com a questão. A Matemática analisando numericamente os fatos. Na História, buscar as origens deste comportamento. A Biologia traria uma contribuição pautada na genética. Os da Geografia analisariam se existem motivos ecológicos e em quais áreas, esses problemas  são mais observados. Neste caso, fazendo uma ponte com a Matemática.
Sociologia, Filosofia, Química, Artes, Educação Física e Línguas Portuguesa e Estrangeira, buscariam nas diversas  linguagens as origens, motivos e formas de controle da violência.
Aulas sobre o amor. Estabelecer diferenças entre amar e ficar. Sexo e amor ou amor com sexo ou sexo com amor. Analisar sentimentos, relacionamentos, formação familiar, saber ouvir, saber falar, saber questionar e reivindicar com tranqüilidade.
Não existe uma educação masculina, mas uma educação social, pautada na ética e no respeito, interdisciplinar, com todos  preocupados com a humanização das relações entre  adultos e crianças, jovens e idosos, ricos e pobres e entre mulheres e homens.

Edison Borba









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