quarta-feira, 28 de setembro de 2011

ISSO...ISSO...ISSO

O que faz  um programa de televisão ficar  no ar por tantos anos? Qual a magia que ainda prende o telespectador diante da telinha para assistir a um seriado mexicano, apoiado em historinhas simples num cenário que nos lembra os espetáculos mambembes que circulavam  por pequenas cidades?
Num mundo “internáutico”, em que os efeitos especiais se superam a cada dia o  Chaves e toda a sua turma, nos encantam. Dona Florinda a inimiga do “seu” Madruga. Dona Clotilde, a bruxa. Mulher misteriosa  povoa o imaginário da garotada da vila. O bochechudo Kiko e a Chiquinha,  criando problemas para o Senhor Barriga, que nunca consegue receber os catorze meses  de aluguel do preguiçoso Madruguinha.
O eterno amor do Professor Girafales pela Dona Florinda, com rolinhos no cabelo, é repleto de carinho e  embalado pela trilha sonora do filme “E O Vento Levou”. Ao som do Tema de Taras, o convite para uma xícara de café, é puro romantismo.
Morando num barril, Chaves é um menino sem passado, sem história e sem família. Esperto ele é capaz de driblar situações difíceis, com algumas  observações, como: “isso ...isso...isso”, “foi sem querer querendo” e “não se irrite”.
Muita torta na cara, água, tombos e brincadeiras, o programa do Chaves, é um convite à descontração. Na escolinha, o Professor Girafales, recebe outros alunos, como o Nhonho, filho do Senhor Madruga, a fanhosa Popis, que junto com o Kiko, Chiquinha e o Chaves, atormentam a vida do “Professor Lingüiça”, apelido do Girafles, que irritado, joga o charuto no chão e reclama com um forte “tá...tá...tá...”
Cada personagem se destaca através de um chavão, que se tornou inesquecível, como o “não se misture com essa gentalha”, dito pela Dona Florinda, seguido do “gentalha ... gentalha...gentalha” repetido pelo seu filho Kiko, irritando o “seu” Madruga.
E assim, os anos se passaram, muitos espectadores cresceram viraram adultos, e o programa do Chaves, se mantém intato. Talvez seja essa a magia. Ver o Chaves causa uma sensação de retorno ao mundo infantil. Por alguns minutos somos crianças. Por algum tempo os problemas desaparecem. Por uma eternidade, num “sem querer querendo” somos capazes de embarcar nas cartas do Jaiminho (o carteiro) e aguardando a visita da “prisca-avó” da Chiquinha, como num passe de mágica, ficamos felizes.                
                                                     “isso...isso...isso”.
 Edison Borba

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