quinta-feira, 22 de setembro de 2011

MULHERES x VIOLÊNCIA

Onde está o corpo da estudante? Quem matou a modelo? Por que jogaram a menina pela janela? O que motivou o assassinato da advogada? Quem matou a juíza?
Perguntas feitas diariamente. Casos e mais casos se acumulam nas delegacias. Crimes de morte ou de violação da integridade física ou psicológica são cometidos todos os dias. Nas ruas, nas escolas, nas residências e nas praças.
Em qualquer horário ou local não existe mais lugar nem hora que sejam seguros. Caminhar numa manhã de sol é tão perigoso, quanto andar pela madrugada. Estar dentro de casa, com as portas fechadas já não é garantia de vida.
Meninas, senhoras e adolescentes basta ser mulher para ficar na mira de cafajestes, impossíveis de identificação imediata. Mascarados como profissionais respeitosos e bons cidadãos eles circulam pela sociedade, sem que nada os identifique.
Fazer consulta com médico de fama internacional é tão perigoso quanto estar sozinha num bar. Buscar abrigo num templo religioso, já não é garantia de preservação da idoneidade moral. Namorar advogado com escritório numa grande cidade pode ser uma armadilha perigosa. Acreditar nas juras de amor, receber flores, abrir pacotes pode representar grave risco, de terrorismo doméstico. Marcar encontros é assinar atestado de óbito. Contatos pela internet é veneno fatal. Nas grandes cidades ou nas pequenas vilas os perigos são semelhantes. Nas residências de luxo ou numa simples casa ou barracão pode haver um “machão” pronto a esmurrar, bater e violentar uma mulher.
Famosos ou não o violentador não tem um padrão social determinado. O que os iguala é a crueldade e o desamor pelo sexo oposto.
Diversos pesquisadores tentam nos ajudar a entender esses maníacos. Alguns classificados como psicopatas, matam e choram por suas vítimas junto com seus amigos e parentes. A Lei Maria da Penha, tão difundida e aplicada não tem sido suficiente para deter a ação desses desequilibrados. Talvez as nossas penas, tão amenas e brandas, sejam um convite para que esse tipo de manifestação seja cada vez mais freqüente. Matar, fugir do flagrante e depois se apresentar acompanhado de advogado é tão tranqüilo, como tomar refrigerante na beira da piscina. Temos conhecimento de bárbaros assassinatos, cujos malfeitores já estão livres e com a ficha completamente limpa. Voltaram a circular entre os cidadãos de bem a até gozam de prestígio social servindo como modelos a serem seguidos por outras mentes doentes.
Responder em liberdade, não ser obrigado a fornecer material genético para análise policial e ter residência fixa é o início de uma promissora carreira no crime, permite ao “cidadão” gozar de direitos humanos para a sua desumanidade.
Quem poderá mudar essa situação? Que legisladores possuem o poder de julgar tendo que seguir regras retrógradas que regem nossos tribunais.
Estamos vivendo um momento complexo, a violência contra a mulher aumenta na mesmo proporção que ELA aumenta seu prestígio social. O sexo feminino ocupa cada vez mais espaços que antes era apenas dominado por homens.
Será que essa situação está provocando uma reação de revanchismo? O medo de perder sua posição social, profissional e até sexual está levando alguns “machos” a exibirem atitudes enlouquecidas. Os que matam os que defendem e os que legislam comungam das mesmas idéias cada um com seu papel definido dentro da trama. Precisamos uma revolução para que haja mudanças sérias em nossas leis, tornando-as mais rígidas e sem possibilidades de “brechas” que beneficiem os assassinos.
É urgente fazer com que a Lei Maria da Penha, seja fortalecida e usada cada vez mais em benefício da segurança das nossas mulheres.
Edison Borba

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