sábado, 10 de setembro de 2011

MÃES DRAMÁTICAS

Quem nunca chorou assistindo a uma cena DE mãe DE novela? Atualmente, três  em  diferentes histórias nos fazem chegar às lágrimas diante da telinha. Denise Del Vechio, Kassia Kiss e Lilia Cabral vivem papéis dramáticos cujos filhos as renegam fazendo-as sofrer e a todos os telespectadores. Mulheres trabalhadoras que viveram em função dos seus rebentos. Deixando de lado seus sonhos foram responsáveis pela construção de homens insensíveis, que as renegam e se envergonham de suas figuras. Dramas também encontrados na vida real.
A psicologia “novelesca” abre espaço para discutirmos a  educação pautada no amor unilateral do tipo: eu te dou tudo e não peço nada em troca. Criar um filho olhando pela janela e admirando um mundo que não é o seu, repleto de fantasias e distante da  realidade, é um perigo. Quem constrói esse tipo de relacionamento, está diplomando incapazes de amar suas  origens.
Neste momento, em vários lugares do mundo, muitas mulheres estão construindo “monstrinhos” que um dia irão se envergonhar e renegar suas figuras.
Outras mães já povoaram nossas televisões e nossos corações como Irene Ravache em “Éramos Seis”, educando quatro filhos após a morte do marido. Sua história comovente tem um asilo como desfecho. Na ficção ou na vida real, os asilos são o lar de muitas mães.
Regina Duarte entrega seu filho para que sua filha não sofra a dor da perda. Caso complexo mostrado num folhetim, que tinha outra, vivida por Suzana Vieira, que era o oposto da mãe “lacrimogênica”. Personagem polêmico, quanto ao papel maternal.
Podemos desfiar um rosário de mulheres, relembrando grandes e trágicos momentos das mães de novelas. Dona Xepa, vivida por Yara Cortes, feirante teve em sua filha uma algoz.  Ao contrário, a também Yara, porém Amaral transforma em tragédia a vida de sua filha Lurdinha em anos dourados. Fernanda Montenegro  que já personificou tantas mães, sofreu em “Passione” como  mãe a avó de uma diversidade familiar, poucas vezes vistas na dramaturgia.
As  atrizes que contracenam com seus filhos verdadeiros, devem ter uma dupla emoção: viver  na televisão, a sua própria realidade. Lucinha Lins, e seu filho, fizeram dupla em “Esmeralda” num interessante jogo entre o real e a ficção no próprio enredo da novela.
Nessa profusão de mães fictícias  algumas se tornaram marcantes, não pela doçura e abnegação, mas por fugirem à regra e roubarem a cena  desmistificando a figura de bondade materna. Num misto de madrasta e bruxa ficaram célebres nesse tão sensível mundo maternal. Palmas para Renata Sorrah, a Nazaré, a Naza a enlouquecida Senhora da tesoura.
Edison Borba



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